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Um dos melhores e mais intensos episódios de toda a série, com interpretações sublimes que chegam a ser verdadeiramente comoventes, em particular as de Rick (Andrew Lincoln) e Carl (Chandler Riggs, que começa talvez a perfilar-se como um futuro actor de renome). Não deixa de ser paradoxal que uma série baseada num colapso civilizacional em virtude de um surto de zombies seja provavelmente uma das melhores abordagens à natureza humana que alguma vez foi realizada para televisão - embora este seja mesmo o ponto central da série.
O episódio que passou hoje de The Walking Dead na Fox (11.º da 2.ª Temporada, "Judge, Jury, Executioner") é das melhores coisas que vi nos últimos tempos. É uma soberba representação do estado de natureza hobbesiano, de onde se destaca a reunião em que decidem da vida ou morte de um prisioneiro, em que apenas um dos elementos do grupo se pronuncia favorável à vida, lembrando a todos que optar pela execução de alguém para prevenir um eventual crime em que este pode nunca incorrer contraria a noção de civilização prévia ao holocausto de zombies. É o instinto de auto-preservação de um grupo contra a obstinação idealista de um só, que normalmente estaria correcta, mas que é mais do que colocada em causa no contexto do estado de natureza hobbesiano.