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O putativo governo do Partido Socialista e seus associados ainda não foi empossado e já paira no ar uma neblina de censura tácita. Não se pode sujeitar as propostas de governação da Esquerda ao escrutínio normalmente expectável em Democracias. O governo de coligação, ainda em funções, foi submetido de forma intensa e continuada ao juízo da oposição durante os últimos quatro anos. Ou seja, esse desnível crítico era considerado normal, salutar. O invés nem por isso. Mas não tem muita importância. Basta ir ao barbeiro popular, à praça, ao consultório do dentista, para, sem grande provocação de conversa fiada, perceber que o cidadão português não encaixou com grande facilidade o que António Costa fez enquanto epílogo dos resultados eleitorais. Na sua vida quotidiana os portugueses não são complacentes com práticas desta natureza - não se dão bem com vira-casacas, mesmo que o sobretudo tenha sido vendido como dissuasor de intempéries. Adiante. Ainda não temos governo novo à novo banco, mas já temos diversas comissões de lesados a protestar. Ele é a Confederação dos Agricultores - não quer a reforma agreste. Ele é a Petição para não dar posse ao governo - por causa das manias de poder de Costa. Ele é a TAP que está perto do colapso - os comunistas não têm noção de distâncias. Ele é a Confederação da Indústria Portuguesa - não quer três patrões em simultâneo. Enfim, ainda nada está feito e o caldo já se entornou. O Ministro do Medo João Galamba veio mesmo a público insurgir-se contra um dos pecados mortais e alertar para os perigos da contaminação da descrença, da perda de confiança. E acho muito bem que o faça. Estes ensaios gerais servem exactamente para isto. Para confirmarmos o que está mal - para que não haja estreia. O filme ainda nem sequer começou, mas o trailer é miserável.