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Com a entrega da 1ª leva de assinaturas no Tribunal Constitucional no passado dia 15, dois anos depois das grandes manifestações feitas por cidadãos livres contra as politicas sucessivamente erradas dos governos que tiveram como consequência a Troika, o movimento Nós, Cidadãos! deu o primeiro passo para a sua legalização como partido político.
Nós, Cidadãos! irá agora continuar a angariação de assinaturas, a par da recolha de contributos para o seu programa de governação, a apresentar em Congresso em Dezembro, dando voz a todos os que não se revêem nos modelos partidários que nos governam.
Como movimento de expressão nacional, Nós, Cidadãos! vem pugnar por todos quantos – pessoas, grupos profissionais e associações cívicas – exigem profundas reformas políticas e económicas, pautadas pelo sentido da transparência, do compromisso ético e da justiça social.
Mais informações aqui.
Irei aproveitar a ressaca da pedrada política nacional para me dedicar a alguns assuntos pendentes. São matérias que dizem respeito ao modo como respondemos a estímulos, como se fossemos pêndulos que balançam entre a reacção a quente e a reflexão pretensamente desprovida de emoção. Torna-se difícil exercer um controlo apertado sobre esse paradoxo, a contradição que reside entre o que sentimos, o que somos incapazes de sentir, e aquilo que nos torna anfitriões de paternalismos - o direito de conceder respostas a perguntas que não foram colocadas. Ao comentarmos diariamente a nossa vida e a vida dos outros, somos regidos por impulsos dominantes que residem ou não dentro da nossa razão. Nos últimos tempos, e fazendo mea culpa dos meo blogs, confesso que tenho sido instigado a verter o que me vai na alma de um modo gustativo, perto da cólera e do ânimo exaltado. Contudo, desgosta-me a raiva racionada em pequenos tomos de explicação. Toldados que estamos pelas ocorrências nefastas, sem o sabermos, somos animados pela adrenalina que colhe presas e predadores, e que extingue a paisagem. Deixamos de comentar de um modo equidistante, e afogamo-nos em sensações cutâneas. No entanto, não julguem por um instante que condeno o comportamento previsível. O ser humano tem limites que não serão aqueles que julga pisar. Nem serão aqueles impostos por outros, pelos tribunos ou parlamentares de causas dispostas à distância dos olhos. Os desígnios que elencam, não são inteiramente queridos, porque resultam do arbítrio tornado refém das nossas lamentações/limitações, um juízo sujeito a miragens e aplausos. Não solicito a vossa integridade no juízo deste desabafo, mas apenas senti o sangue aquecer, subir pela guelra alheia, e agora me faço rogado de uma missão que se encerra no seu despropósito. O estado fogoso que nos incendeia, parece ter relação com a compaixão, mas em última instância quando formos obrigados a escolher, deixaremos cair por terra o lastro, agarraremos o mastro e deslizaremos ao encontro de expectativas caducas. Um bote, um bode de salvação, teimoso, às marradas com a mesma tendência dos curros, uma porta de saída, quiça de entrada na mesma arena de dissabores.
E estoirou muito bem. Do Tribunal Cível surgiu a reposição da legalidade. A candidatura de Roboredo Seara está, do ponto de vista político, acabada. Por muitos recursos que possam surgir.