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Turismo a arder em lume brando...

por John Wolf, em 13.08.18

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Não sou turista inglês, nem sou turista para inglês ver. Estou cá há valentes décadas para o bem e para os males de Portugal. Não chegámos atraídos pela cerveja barata e o sol de inverno. Viemos para ficar. Viemos para infelizmente testemunhar a delapidação da identidade nacional perpetrada por actores nativos. Em nome do ganho rápido e sucessivo, uma série de embustes são servidos. Pratos gastronómicos, e outros de natureza porcelanosa, vendidos no limite explorador da falsa noção de que o cliente seguinte virá ao mesmo engano para tomar o lugar daquele que partiu e que não volta. Pois bem, assistimos aos primeiros indicadores da inversão de marcha da galinha de ovos de ouro do turismo. A medida de gin a 12 euros e o tuk-tuk da tanga a sessenta obedecem ao mesmo princípio da gula turística. O turista alemão e os britânicos brexitianos começam a abandonar as asas do desejo de Lisboa e arredores. Os eventos ad-hoc, unitários, de grande impacto, como o festival cancioneira da Eurovisão ou o Web Summit não deixam grandes marcas residentes - não são o MOMA, nem o Prado...São, à laia das especiarias e ouro dos Descobrimentos, para estoiro rápido. O operador turístico tem vistas curtas e não está a saber apostar nos horizontes largos da fidelização. Cliente enganado não torna - foge. Elege a Croácia ou vira-se para a Tunísia. Os fogos que ardem em sucessivas temporadas, aclamados como sucesso de governação e habeas corpus, também imprimem um tom derrogatório à efeméride ganhadora do turismo. Em tempos tive como interlocutor, no meu clube de Facebook, o Director do Turismo de Portugal, mas a minha conversa crítica e apaixonada por Portugal não lhe caiu no goto e, sem contemplações, comecei a ser alvo de tiradas visando a minha alegada estirpe de cowboy americano. Para evitar males maiores e dissabores retóricos, tive de bloquear o chefe. Por estas e por outras, como o que acontece na Turquia, Portugal enfrenta perigos que nem a melhor das geringonças consegue dissimular. Fiquem atentos. Agosto está mais perto do fim do que imaginam.

publicado às 18:41

Portugal? Isn´t that in Spain.

por John Wolf, em 21.04.18

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Há uma boa dúzia de anos visitei Portugalete, Bilbau. Mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é a preocupante constatação de que os meus compatriotas, que agora vêm em força a Portugal, são apenas turistas. Ou seja, na maior parte dos casos envergonham-me - "Oh, wow! Isn´t that neat?" ou "Are you good?". Enfim, deixem-nos vir à vontade para deixar o pilim, mas não lhes perguntem sobre o Brexit, sobre as eleições na Áustria, sobre a Troika - eles pouco ou nada sabem. E foi essa insularidade existencial que elegeu Trump. Tenho a nacionalidade, mas sou crítico como o raio em relação ao dossiê. Não confundamos certas coisas. A "inteligência" americana existe no topo do topo da Ivy League, nos centros de investigação confortados pelas dotações milionárias de civis que escalaram com labor e suor a pirâmide da sociedade. Os americanos que me confortam são aqueles que não tornam à federação. São aqueles que têm uma epifania repentina (não são todas repentinas?) e decidem que ainda vão a tempo de cultivar vistas largas e abandonam a América com a carga pronta e metida nos contentores. Eu sei, também se pode tecer críticas ao atraso de vida em Portugal. Mas hoje não estou para aí virado. Acho que fiquei mesmo irritado quando ontem me cruzei com um compatriota relativamente vocal que envergava uma sweatshirt com o seguinte estampado: "Detroit Dog Savers". E pronto. Fico-me por aqui. Hoje há bola?

publicado às 13:09

Mania das alturas

por John Wolf, em 28.09.17

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Junto ao pilar 7 da Ponte 25 de Abril ou Ponte Salazar (conforme os gostos e para não ofender a Comissão para a Igualdade do Género) nasceu um elevador. Não é um elevador da bica - são 6 euros para subir ao alto dos 70 metros que encarnam uma espécie de vista pseudo-suicidária. Dizem os "promotores" que é um investimento de 5,3 milhões de euros para recuperar "nos próximos 15 anos". E que se outras metrópoles têm o mesmo aparelho de deslumbramento, então Lisboa também tem direito ao seu quinhão. Mas existe uma pequena contradição que devemos levar em conta no que diz respeito ao modelo de negócio. Um investimento a recuperar em 15 anos não pode ser considerado feliz - não é um investimento. O normal e expectável seria atingir o break-even em 5 anos. Deste modo é um passivo a que se acede de elevador. Mas há mais. Quem estiver parado no trânsito no tabuleiro da ponte tem uma vista ainda mais privilegiada - de borla. A conversa do estudo interpretativo sobre cabos de aço e a perda de vida humana na construção da ponte é muito interessante, mas a discussão é outra. O tira-teimas é ideológico, como quase tudo em Portugal. Uns são do Sporting outros do Benfica, uns do Bairro das Colónias outros de Campo de Ourique. Ou seja, a ponte, a estrutura que atravessa e galga as margens do rio Tejo, é semelhante ao paradigma nacional - a discordar é que a gente se entende. Seja nas autárquicas seja na bola que rola. A United Steel Corporation, a gigante norte-americana que construiu o monstro, agradece a homenagem, mas o homem contemporâneo e a cultura rasante dos nossos tempos coadunar-se-á mais com a ideia de nivelamento, de planos idênticos. Serão 6 euros a separar o homem do seu par nacional. O elevador que agora se cola como uma lapa ao pilar 7 serve para estratificar, para distinguir, para conferir a utopia de vistas largas a uns, mas nem tanto a outros. Vivemos a época da hiperbolização. A ideia de que as obras fechadas podem ser ampliadas para fins falsamente hedonistas. Não sei que valor acrescenta à cidade de Lisboa. 70 metros são um embuste de grandeza. E com tanto pregão sobre os transportes nestas jornadas autárquicas, podemos concluir que este meio não é de todo socialista. Não é um metro vertical onde vamos enlatados, entalados. O passe da Carris devia ser válido nesta linha 7 que agora inauguram.

 

foto John Wolf

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publicado às 07:39

O saco azul das autárquicas

por John Wolf, em 31.08.17

 

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A campanha para as autárquicas é uma espécie de saco azul de misérias onde enfiam tudo e mais alguma coisa. À falta de argumentos profundos, sentido de Estado, verdade e ética na condução da missão política, serão miudezas de toda a espécie de que se servirão os políticos e afins para marcar pontos na caderneta mediática. Sim, os meios de comunicação social também lambem a sarjeta em nome de audiências e favores de antena política. Não tenham dúvidas da agenda em curso, marquem no calendário. A crise da Autoeuropa não passa de uma guerra partidária, arrufos por resolver entre sindicalistas e patrões, autarcas e investidores. Os partidos do governo, os sindicatos, e os agentes económicos privados, fazem parte do mesmo enredo. Por outras palavras, o que acontecer na Autoeuropa tem ramificações em diversos planos de natureza governativa e e em especial no que diz respeito ao rating de Portugal a determinar por diversas agências que acompanham o filme. Parecia tudo correr tão bem (e sobre rodas) à geringonça, mas isto que se passa projecta uma imagem negativa com repercussões além-fronteiras. Quem quer investir o seu futuro empresarial num país a discutir sábados? Os investidores directos e estrangeiros estarão atentos ao desenrolar dos eventos. Misturem nesse cocktail a merda que deu à costa em Carcavelos e peçam ao Garrett Mcnamara para surfar a maior poia do mundo. Medina bem pode ser o ardina da "cidade com a melhor qualidade de vida do mundo", mas será Isaltino a sorver essa água de beber da linha. E há mais. Há os desentroncados, cheios de rancor, ávidos por saltar para a espinha de Cavaco Silva que apareceu na Universidade de Verão, como poderia ter ido para a Arrábida ditar as mesmíssimas profecias de um socialista internacional como Guterres que desavergonhadamente fez plágio, desrespeitando tabus, roubando a Martin Luther King a frase exclusiva e intransmíssivel: "I have a dream". No entanto, a ameaça terrorista é moderada.

publicado às 14:45

Mad at Correeiros

por John Wolf, em 02.08.17

 

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Foi o Miguel Somsen que nos alertou para o cambalacho dos Correeiros. O tal restaurante que alegadamente baralha as ementas e o preço da Gamba à Guilho (de Guilhotina, não relacionar com Ajillo) apresentando bandeiradas finais na casa das centenas de euros. Mas a culpa não é apenas dolosa. O estabelecimento de restauração soube interpretar o comportamento das nossas sociedades. Observou cuidadosamente e registou o seguinte: ninguém lê. O nativo ou o turista esfomeado deixaram pura e simplesmente de ler. E o smartphone que acumula tarefas e omite a presença de espírito é uma invenção genial, é mesmo para iletrados, pelo que se pode concluir que o mentor do Made In Correeiros deve ser um homem das artes e das letras - a arte da decepção e da letra miúda da ementa. No entanto, as vítimas do engodo apenas repararam devido à escala de valores em causa. Diariamente, aqui e acolá, somos vítimas da gula desmesurada (desmesurada? que redundância!) de agentes de restauração, bares e afins. Faz parte da matriz comercial portuguesa comer o cliente à primeira. Ou seja, pouco importa que regresse de um modo fiel e continuado. Mas este jogo de oportunismo sairá caro. Quando a febre turística baixar, e o excesso de procura acalmar, far-se-á a distinção. A destrinça entre aqueles que praticam uma fé comercial digna e genuína, e aqueles que confeccionam a aparência gourmet da banana confitada  pelo chef homónimo que se encontra na cozinha a inventar. No final ambos terão o que merecem. Os que aliciam e os que se deixam enganar. Quanto a mim, conheço verdadeiros templos gastronómicos em Portugal que ostentam a nobreza dos pratos e a adequação dos preços. Sei onde se encontram, mas não digo. Se não estragar-me-iam as tascas.

publicado às 13:55

Turistas low-cost

por John Wolf, em 07.07.17

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Tenho autoridade para produzir o seguinte statement. Disponho de um estatuto especial. Embora não seja um nativo na acepção pura da palavra, Portugal diz-me respeito. Não sou um turista badameco, de sovaco à mostra e farfalheira à vista, que aprecia o território pelo tempo "sempre" quente e a cerveja fresquinha (e barata). Vivo neste país, bato-me por ele e não me vou embora ao fim de 3 noites bêbadas. Acabo de regressar a casa do tourist spot Chiado e as perspectivas são aterradoras. Os rebanhos de turistas são da estirpe mais brejeira possível. São mesmo low-cost. Não sei se vêm de Besançon, de Liverpool ou Munster, mas estes vão dar cabo do país. Contudo, não são os únicos responsáveis. Os agentes turísticos portugueses baixaram a fasquia consideravelmente. Entusiasmaram-se com os números e o caudal avassalador. Agora aguentem o desfalque, a delapidação gradual mas certeira do legado histórico e patrimonial de Portugal. Os guias que andam ali a contar histórias da tanga junto à Brasileira provêm de que escola de certificação? E há mais tristezas. Não são portugueses que vão ao Rio Maravilha ou ao Topo no Martim Moniz sorver um gin tónico - 12 euros é muita fruta por aqueles baldes de gelo. E confirmamos o seguinte. A ideia da galinha de ovos de ouro continua válida. É aproveitar enquanto durar. Espremer o bicho até à medula e esperar que venham mais da mesma patente. Estes turistas querem lá saber do país. Regressam a uma subúrbia infestada de hooligans, frequentam o seu pub e respondem: It were luvely. Da beer wa cheep and it wa always sunny...Poortagal wa great.

publicado às 11:36

Mar de Chamas (X)

por Fernando Melro dos Santos, em 20.06.17

Não deixamos entrar galegos e fazemos tombar espanhóis.

 

Oh Tadeu, vai comer merda que acordaste hoje .

 

Aguarda-se a qualquer momento o show lésbico entre Judite de Sousa e Fátima Campos Ferreira, seguido da cerimónia de abertura de dez petições públicas e uma linha de valor acrescentado, solidariamente com as novas vítimas a quem Marcelo, por estar algures na Mongólia Inferior, não pode abraçar.

 

Árvore plantada por Antonio Costa em 21 de Março já se manifestou: o raio quando cai é para todos.

publicado às 17:16

Procedimento por elogios excessivos

por John Wolf, em 22.05.17

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Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente de todos os Portugueses + a Geringonça, alargou o âmbito do elogio respeitante à saída do Procedimento por Défice Excessivo (PDE). Afinal o governo anterior também tem direito a uma fatia do bolo, e a apagar uma vela. Mas o problema não reside nos festejos, nos globos de ouro, nas sandálias do Beauté, ou na alcatifa vermelha de políticas de mais ou menos Esquerda. O espinho que parece ter causado mais comichão é a simplificação que João Salgueiro cravou nos pressupostos da glória económica dos indicadores. Diz o especialista que foi o Turismo que se mexeu e roubou o lugar às indústrias, à economia dita clássica. Sem dúvida que a febre turística é responsável por uma grande quota-parte do sucesso. Mas existem perigos. Estarão recordados do primeiro boom turístico-imobiliário que desfigurou a pacata Armação de Pêra e que cicatrizou Quarteira? Pois bem. Assistimos a uma segunda vaga que comporta alguns desafios. Portugal encontra-se na fase hélio da bolha - é só facturar. São restaurantes e hóteis, tuk-tuks e programas de lazer, festivais de música, certames da bolota, mostras da rolha, mas o cidadão-residente, aquele que fica depois das festas acabarem, não está a participar no lado lúdico do espectáculo. Como o incremento do lado da oferta é superado pela procura, a equação é linear e tem um nome: inflação. O conceito Inatel, de turismo para o povo, deixou de existir. Pergunte-se a um idoso, com a reforma que se conhece, se vai para fora cá dentro. Não me parece. E é aí que a questão se torna problemática. O governo descobriu a galinha de ovos de ouro, mas à semelhança de tantas aventuras históricas de exploração económica (coloniais se quisermos), geralmente os processos descambam. Agora querem mexer no sector para o hiperbolizar ainda mais. A saída do PDE pode alimentar fantasias que estão na origem da ruína primeira que conduziu a sevícias da União Europeia, do FMI e do BCE. Por outras palavras, ao fazerem passar a ideia celebratória de vitória no festival da canção política, podem contribuir para que haja ainda mais extravagâncias. Os resultados do Turismo são óptimos. A ver se não estragam a coisa.

publicado às 17:35

E se Marcelo fosse primeiro-ministro?

por John Wolf, em 28.09.16

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E se Marcelo Rebelo de Sousa fosse primeiro-ministro por um dia? O exercício é interessante. Nessas 24 horas teríamos de encontrar uma actividade de tempos livres para António Costa. Adiante. O que o Presidente da República afirma deve ser levado à letra. Fala de Sócrates e desse ano fatídico de 2011, do microfone na lapela, e o "estou bem assim? ou assim, mais para a esquerda?" - resgate à vista. Marcelo, que está uns furos intelectuais acima de Costa ou Mortágua, não está a ver as coisas de uma torre de marfim. Ele sabe que um país não pode desenrascar-se à pala do turismo. A cerimónia ejaculatória sobre o crescimento do sector assenta nalgumas contradições monetário-ideológicas. Se esses estrangeiros que andam a estragar a calçada portuguesa não tivessem acumulado riqueza não estariam aqui a gastar as suas poupanças. Se esses bifes ou boches tivessem vergonha na cara deixavam-se ficar por Bradford ou Dusseldorf. Mas esse estado de arte de passeio dos alegres pode acabar bruscamente. Basta uma crise Deutsche Bank, bastam sanções a Portugal, basta um ataque terrorista. E de repente teremos uma mercado de tuk-tuks usados interessante. Marcelo sabe, talvez melhor do que os associados em governo, que as vistas não podem ser sazonais. Parece ser um facto histórico inegável desde o tempo dos Descobrimentos existir uma certa predisposição comportamental. A riqueza nacional afinal não é nacional. Não tem cidadania. É refugiada. Vem de fora. Ora são especiarias, ora é o ouro. E mudam-se os tempos, mas o "chip" parece ser semelhante. A ver se cai algo lá de fora. Chamam-lhe turismo.

publicado às 08:04

Os caracóis do turismo português

por John Wolf, em 04.06.15

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Portugal é um país contraditório. Preso por ter e não ter cão. Há escassos anos lamentava-se que o sector do Turismo não estivesse a ser aproveitado em todo o seu esplendor. Faz-me espécie que alguns departamentos de uma Esquerda iluminada demonstrem o seu desagrado pelo facto dos encantos de Lisboa terem sido descobertos por essas hordas de turistas delapidadores da identidade nacional. Já havíamos tido a ocasião de escutar Catarina Portas dissertar sobre o arrastão de expressão brejeira da oferta turística na Baixa. Pois é. Nem todos os comerciantes tiveram acesso a certos privilégios de concessão, entre outros favores de difícil qualificação. As vozes que referem a perda da virgindade da identidade nacional, ecoam de palanques esquerdinos que roçam o nacional-proteccionismo. Em época de vagas magras, o Turismo tem sido o farol de vigor económico. É natural que estejamos a assistir a um processo de ajustamento. Existem sempre dimensões na oferta que têm de ser afinadas, mas isso faz parte da passagem a um outro patamar de desenvolvimento. A mentalidade tem, desse modo, de acompanhar os novos tempos. Ninguém disse que a procura acrescida que se regista seria desprovida da evidência das limitações que se apresentam. O quadro maior é que interessa. Portugal é um destino de eleição para milhões de turistas. Mas deixem-me vos contar uma pequena história. Em 1979, quando chegámos a Portugal, mais concretamente ao interior do Algarve, o meu pai, um homem que já havia vivido nos quatro cantos do mundo, ficou rendido a um néctar da região. Sem meias-palavras o meu progenitor reconheceu as virtudes excepcionais de um produto local. Na sua opinão essa pomada era muito melhor que a Grappa italiana ou a Aquavit escandinava. Sim, falo de Medronho. Sem contemplações e ainda com o bafo quente no palato, o meu pai escreveu ao Embaixador de Portugal em Washington a exultar as qualidades daquele licor. E perguntou: por que razão o Medronho ainda não era um produto com expressão mundial, ao que respondeu o Sr. Embaixador - a quantidade produzida artesanalmente não era suficiente para conquistar mercados, ao que o meu pai retorquiu: melhor ainda. O preço do litro terá de ser proporcional - ou seja - alto, muito alto. Não sei se me faço entender, mas esta imagem serve para ilustrar o manancial excepcional de que Portugal dispõe. Veremos que impacto os turistas terão na economia num sentido estruturante e profundo. Mas mais importante do que passageiros de ocasião, serão os nativos que terão de interpretar de um modo assertivo o quadro que se lhes apresenta. A meu ver, está cá tudo. Falta apenas aproveitar estes tempos de sufrágio. Os turistas votaram. E Portugal foi eleito. Bravo.

publicado às 08:20

Antes da intervenção dos spin doctors...

Depois de corrigido pelos spin doctors...

 

 

 No Diário de Notícias...

 

publicado às 20:19

Portugal, um destino de eleição

por Fernando Melro dos Santos, em 15.05.14

 

 

Brincadeiras à parte, o que temos em cima da mesa é isto:

 

- Portugal desbaratou o dinheiro todo do primeiro resgate, nas parvoíces (bodo aos primos e obra redundante para inglês ver) do costume, tendo mantido a proeza da coesão social a troco das migalhas, como é prática desde 1986

 

- a Grécia vai cair, e desta vez cai mesmo

 

- a queda em desgraça da Holanda, onde o desemprego e o sentimento empresarial estão a níveis que fariam corar qualquer ex-membro do defunto Pacto de Varsóvia, deverá empurrá-los na direcção de um euro-clube mais selectivo, senão mesmo à saída. Nota bene: ali não se repetem referendos.

 

- o bater de porta da Finlândia está por um fio

 

- a França de Hollande alcançou o sonho socialista, a simetria suprema: nem cresce nem decresce, é o zero absoluto, egalité etc.

 

- com todo o dinheiro estúpido que tem vindo a entrar na compra de dívida periférica, o estoiro subsequente fará com que o falecimento do Lehman Brothers se assemelhe ao piar de um colibri no dia em que o Krakatoa acordou.

 

Recordemos o sindicalista Rui Riso: nao podemos pensar só nos lucros.

 

publicado às 14:28

Beleza portuguesa

por João Quaresma, em 17.08.13

Não se trata de mais um filme promocional do Turismo de Portugal mas tão simplesmente de um video feito por um fotógrafo de natureza britânico durante a sua estadia em Abril. E o resultado é um regalo.

publicado às 22:10

Alentejo...

por João Quaresma, em 08.08.13

publicado às 22:57

Privatização da ANA começa a dar os seus frutos

por João Quaresma, em 04.02.13

«A Associação Representativa das Companhias Aéreas (RENA), da qual são associadas algumas das maiores transportadoras que operam em Portugal (como a Air France, a Lufthansa e a própria TAP), teceu nesta segunda-feira duras críticas à ANA e ao Governo por causa das alterações feitas ao quadro regulatório das concessões aeroportuárias, na sequência da venda da empresa ao grupo Vinci.

(...)

“Desde logo, a RENA criticou a forma como decorreu o processo, lembrando as consequências que poderá trazer para o sector”, refere a associação no comunicado, acrescentando que, “em relação às motivações que poderão ter dado origem a estas alterações, não se pode pronunciar”.

Em termos de consequências, a associação alerta que os recentes aumentos das taxas e rendas nos aeroportos da ANA “estão a preocupar” os seus membros. “Alguns equacionam mesmo abandonar ou reduzir os espaços nos principais aeroportos portugueses. Trata-se de um aproveitamento claro do monopólio, por parte da ANA, que é completamente incomportável na estrutura de custos das companhias aéreas”, diz a RENA.

“A redução ou encerramento de rotas será uma consequência natural desta política de pricing [definição de preços] completamente descabida e inadequada à situação do mercado e do país”, conclui.»

 

Para além de tudo o que é evidente, encarecer o transporte aéreo em Portugal significa não só prejudicar a economia nacional no que depende de ligações internacionais e internas (e prejudica de sobremaneira os Açores e a Madeira), como fazê-lo na actual situação económica e, ainda por cima nesta altura do ano em que os agentes turísticos ultimam os pacotes de férias de Verão a serem colocados à venda em breve, é dar uma autêntica machadada no turismo português, um sector cujo bom funcionamento - escusado será dizer - é vital para escaparmos à bancarrota.

Palavra de honra, mas esta gente endoideceu por completo?!

publicado às 19:30

A ONU vai nua

por João Quaresma, em 30.05.12

«As Nações Unidas decidiram escolher o Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, como um dos seus líderes para o turismo. Uma escolha que está a levantar uma onda de indignação junto de activistas dos direitos humanos. 

Mugabe, 88 anos, é acusado de corrupção e violação dos direitos humanos. Foi porém uma das escolhas da World Tourism Organization da ONU (UNWTO), que resolveu atribuir a ele e a outras personalidades – como o seu aliado político e Presidente zambiano Michael Sata, 75 anos –, o estatuto de enviados internacionais para iniciativas turísticas.»

A seguir, deve ser escolhido pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), como reconhecimento do seu mérito na gestão agrícola, e pela Organização Mundial para as Migrações pelo seu sucesso na migração da população zimbabueana de raça branca. E, porque não, o Nobel da Paz? Já esteve mais longe.

publicado às 23:20

Descubra mais no blog Família Real Portuguesa.

 

 

 

publicado às 13:03

Publicidade institucional - Portugal Rural

por Samuel de Paiva Pires, em 13.10.10

 

Porque o turismo é, sem dúvida, um sector de actividade económica que se reveste de uma extrema importância para o país, e porque o turismo rural se constitui cada vez mais como um produto atractivo para conhecer o país enquanto se procura também relaxar, estou em crer que muitos dos nossos caros leitores e amigos encontrarão excelentes oportunidades no Portugal Rural, que também podem encontrar no Facebook. Fica a sugestão.

publicado às 20:33






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