Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Cancelados os contratos para prospecção petrolífera na costa algarvia!
O azeite é o único crude de Portugal!
Todos os direitos reservados © Kondo, Wolf & Julião
Barbas por fazer, depilações íntimas ou pêlos no peito inscrevem-se todos no mesmo programa de maquilhagem política da Europa. Mas, de um modo conveniente, as ilações surgem sempre depois do caldo ter sido entornado. Não me parece que tenha havido um esquema gizado por "liberalistas" para levar por diante os ideais ecuménicos de uma União Europeia multi-color, tutti-frutti, aberta ao movimento de bens, serviços, capitais e travestis. Seja qual fôr o âmago da questão, a verdade é que um freak-show também serve para atrair públicos, quiçá investidores. E é isso que está em causa. Para o ano que vem mais uns quantos milhões de espectadores irão sintonizar a antena da Eurovisão, na expectativa de serem surpreendidos com uma proposta ainda mais híbrida, ousada. Em época de descrédito da Europa, de crises sucessivas e fracturas que dividem o Norte e o Sul, a barba "Wurst" de pouco servirá para tapar buracos e pontos negros, mas uma lição pode ser extraída. O público aprecia bizarrias e invulgaridades, e a excentricidade rouba as atenções todas, distrai da falta de qualidade de outras promessas, musicais ou não. Cada reino tem os seus bobos da corte e, se não os tem, deveria pensar nos benefícios que estes podem trazer. Sabemos que no dia 24 de Maio a final da Champions League irá gerar dinâmicas e audiências televisivas assinaláveis, e que imagens de Lisboa irão correr por esse mundo fora. E onde e como é que se pode encaixar uma oferta especial para temperar a ocasião? Não se arranja nada à altura de uma Conchita? Uma figura bordalo-pinheiresca que faça a bola descer à terra? Oh Turismo de Portugal e agências de marketing - toca a mexer, mãos ao trabalho. Vejam lá o que arranjam, mas não nos metam em sarilhos. Portugal deve saber aproveitar todas as oportunidades para extrair valor e dar a volta por cima. Sexo vende, mesmo que não se saiba o que o homem traz por debaixo das sete saias.
Não se trata de mais um filme promocional do Turismo de Portugal mas tão simplesmente de um video feito por um fotógrafo de natureza britânico durante a sua estadia em Abril. E o resultado é um regalo.
Peço antecipadamente desculpa aos nossos amigos do outro lado do Atlântico mas penso que não se trata de oportunismo mas sim de realismo.
É evidente que a vaga de manifestações e tumultos no Brasil são, do ponto de vista da indústria turística, um perfeito hara-kiri que estas centenas de milhares de manifestantes (e, pelo meio, desordeiros) estão a cometer contra esta actividade no seu país. Por esta altura o mal já está feito e as consequências serão, previsivel e infelizmente, duradoras; até porque um dos principais palcos da violência foi o Rio de Janeiro.
Naturalmente que isto beneficia outros destinos turísticos para quem, nesta altura do ano, as desistências de viagens ao Brasil representam um autêntico bónus de mercado. Penso que o Turismo de Portugal deveria, muito rapidamente, fazer um esforço de promoção (estou a pensar sobretudo nos EUA) para tentar capitalizar com esta situação (lamentável para o turismo brasileiro, mas dificilmente reparável) realçando uma das vantagens de Portugal enquanto destino turístico: os altíssimos níveis de segurança por comparação com outros destinos concorrentes.
Isto também deve fazer-nos reflectir nas reais consequências de acontecimentos deste tipo, independentemente da nossa opinião sobre eles, para que as lições sejam aprendidas e os erros evitados.
Ao Brasil resta desejar que algum bem resulte deste processo, já que algum mal também já foi feito.
Torna-se difícil, se não impossível, fixar um marcador para o início do declínio político, económico e social de Portugal, mas são diversas as provas de gestão danosa e ostentação que não trouxeram proveito a Portugal. Não havia necessidade de realizar um investimento tão disparatado para promover o poder do império. O mundo já havia sido dividido entre as duas potências Ibéricas, mas em 1515, D.Manuel I - Rei de Portugal -, aconselhado pelo Turismo de Portugal daquele tempo, decidiu presentear o Papa Leão X com uma prenda invulgar. Um rinoceronte capturado no oriente e que viveu na Torre de Belém até seguir viagem para Roma. Lamentavelmente o animal não chegou a conhecer o Vaticano, uma vez que a nau em que seguia afundou ao largo da costa de Itália em 1516. Volvidos quase 500 anos, uma importante gravura de Albrect Durer que retrata o referido rinoceronte, foi vendida por um valor recorde pela leiloeira Christie´s. Torna-se curioso como a História de Portugal vale muito dinheiro. Se não estivéssemos em crise, e houvesse fundos para dar e vender, talvez o Estado Português devesse licitar pela gravura. Uma imagem destas, com uma forte carga simbólica merecia estar em Portugal para lembrar outros elefantes brancos.