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Estúpido e burro como sou, há coisas que não entendo e por isso peço desculpas, necessitando de esclarecimentos:
1. Conhecendo-se há muito tempo os indícios de algo de bastante estranho estar a acontecer nos círculos do financiamento da "economia" - bastava andarmos atentos às obras e demolições na cidade de Lisboa, dando alguma atenção aos cartazes dos financiadores -, porque deixaram tudo isto arrastar-se num mundo onde o dinheiro é meramente virtual, uma convenção? Num país que não possui moeda própria - e que tem parte daquilo que ainda é real, as "bacocas reservas" auríferas, guardadas além-atlântico -, não seria isto essencial para decuplicar os procedimentos de fiscalização?
Expliquem-me.
2. A lentidão ou ineficácia da fiscalização, poderá também ter algumas justificações políticas. É infalível, fazendo suspeitar acerca de uma intencionalidade.
O centro do poder europeu - comissão, banco central, etc - está ansioso pelo reforço das suas atribuições, enfraquecendo o poder dos Estados e logo, dos instrumentos capazes de manter alguns resquícios da soberania: bancos, instituições locais - o ataque concertado à coroa espanhola não foi mero acaso de conjuntura -, desestabilização política em certas regiões.
Esta crise provocada pelo mesmo centro europeu, conduzirá a uma maior exigência de padronização e da clássica espiral a que temos assistido desde Maastricht. Não faltarão agora ainda mais argumentos para esse nivelar do sistema bancário, outorga de poderes soberanos a Bruxelas e porque não? a "mutualização" de recursos com um grande potencial económico (a zona económica exlusiva marítima, por exemplo), etc. Estarei a exagerar?
Expliquem-me.
3. Cinco mil milhões custará o "Novo Banco"?
Já estou como D. João V quando lhe disseram quanto custaria o carrilhão de Mafra:
- "QUE BARATO! Quero dois!"
Há uns meses e apesar de muita gente considerar a CGD como o banco ideal para futuros negócios e inovações da moda, as autoridades anunciaram a criação de mais um ...banco, isto é, mais burocracia, despesa, jobs for the old boys, desperdício e falta de racionalidade. Já que o "BES/Bem-bom" vai ser vendido a preço de saldo e dado o seu propalado papel na economia, porque razão há-de ir parar ao depósito do Santander ou do ? Não haverá por cá um aglomerado de "patrióticos banqueiros" que se coliguem para adquirir a coisa? (1) A CGD que ajude, gostem os "europeus" ou não gostem. Há que desobedecer a essa gente, embora sob o prisma da UE, a coisa possa ser considerada "ilegal". Vão declarar-nos guerra? Claro que não. Nada acontecerá, se excluirmos meia dúzia de grunhidos da gente do costume.
(1) O noticiário diz que alguns bancos nacionais aumentam o valor da proposta de intervenção no "banco bom". A ver vamos se os eurocratas do nosso regime não torpedeiam a coisa.
Na maior parte dos casos os problemas sistémicos revelam-se fora da caixa onde se encontram os decisores políticos que julgam poder encontrar as soluções adequadas. Muitas vezes, enquanto os olhos seguem com atenção determinados eventos, outros acontecimentos passam despercebidos. Todos sabemos que o sistema financeiro, tal e qual como o conhecemos, se encontra seriamente debilitado. A União Europeia procura, nesse sentido, implementar mecanismos por forma a garantir uma maior segurança no sistema bancário pan-europeu. Contudo, e independentemente da face visível das intenções dos ministros das finanças da zona Euro, outras dinâmicas que ocorrem, demonstram, de um modo inequívoco, que a confiança foi permanentemente afectada pela crise que se iniciou em 2008 e que comprometeu a retoma das economias europeias e a geração de emprego. Embora o futuro da divisa euro pareça estar salvaguardado por decreto político dos decisores em Bruxelas, a verdade é que um fenómeno de substituição de divisas está a ocorrer nos bastidores. A procura desenfreada de ouro prova que os aforristas não acreditam nas palavras optimistas dos governantes. Um pouco por todo o mundo o sentimento de pessimismo é semelhante, e as "casas de moeda" de muitos países estão a cunhar ouro a um ritmo desenfreado por forma a acompanhar a crescente procura. Se não o fizéssem, o preço da onça de ouro certamente se encontraria em níveis muito mais elevados (USD$2000-$2500?) e geraria um efeito de contágio dramático minando os esforços de escaparate dos políticos que afirmam que a esquina foi dobrada, que a retoma é uma realidade. São sinais desta natureza, que não ocupam as primeiras páginas de jornais, que devem ser interpretados. A ascensão do ouro é uma consequência natural, uma reacção à impressão realizada pela Reserva Federal e à compra de títulos de tesouro pelo BCE que procuram mitigar o fraco comportamento do mercado aberto. Um sistema financeiro assente na virtualidade e na capacidade de execução electrónica, encontra-se a milhas das dramáticas necessidades da economia real. O que está a acontecer com o ouro representa um "regresso" à ideia de sector primário da economia. A riqueza deve assentar em pressupostos materiais, em objectos e bens físicos. O conceito de crédito, que tantos danos causou às economias de muitos países, deve ser gradualmente substituído por divisas com valor efectivo. Nessa medida, o ouro, assim como a prata ou a platina serão escolhas naturais para aqueles que deixaram de acreditar no poder endeusado de dólares ou euros, na música harmoniosa que sai da boca de tantos políticos.