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Santa ignorância

por Samuel de Paiva Pires, em 05.03.18

Se ainda fosse aluno, também preferia ter aulas com Passos Coelho ou outros ex-políticos com experiência prática útil para várias áreas de conhecimento do que com alegados académicos ideologicamente demasiado condicionados que se crêem grandes pensadores, escrevem recorrentemente disparates sobre realidades que desconhecem e/ou reproduzem clichés de antanho que há muito foram desmistificados. O facto de o segundo assinar artigos de opinião sobre realidades sociais e políticas com “PhD em Física” é revelador quanto baste da sua ignorância e pequenez intelectual. Não lhe faria mal passar pelos bancos do ISCSP, onde poderia aprender, como qualquer aluno de licenciatura em Ciência Política ou Relações Internacionais que por lá passa, a distinguir entre doxa e episteme, entre política e ciência, entre pensamento político e filosofia política, entre ideologia e conhecimento, entre ciências exactas e ciências sociais. Parafraseando Vasco Santana, títulos académicos há muitos, e já explicava Mario Cipolla que "a probabilidade de que uma determinada pessoa seja estúpida é independente de qualquer outra característica dela mesma."

 

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(também publicado aqui.)

publicado às 16:10

"Todo o ser é feliz quando satisfaz o seu destino"

por Samuel de Paiva Pires, em 28.09.17

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Ainda me recordo do primeiro dia em que iniciei o meu percurso escolar, há 25 anos. Desde então, passei por várias escolas e universidades e foi na minha alma mater, o ISCSP, que descobri, logo nos primeiros dias de aulas da licenciatura em Relações Internacionais, o meu desígnio de vida: a dedicação ao conhecimento, à ciência, à academia. É, por isso, com um sentimento muito especial que inicio o meu primeiro ano lectivo do outro lado da secretária do Professor, numa universidade que se tem vindo a afirmar como uma referência não só a nível nacional, mas também internacional, e onde fui maravilhosamente acolhido e integrado, a Universidade da Beira Interior, situada na belíssima cidade da Covilhã. Tenho, assim, a imensa sorte de poder, finalmente, dedicar-me inteiramente a algo que, mais que uma profissão, é uma vocação. Ortega y Gasset, no início de O Que é a Filosofia?, resume bem o meu estado de espírito após as primeiras aulas que leccionei: 

(…) já veremos como no ser vivo toda a necessidade essencial, que brota do próprio ser e não lhe advém de fora acidentalmente, vai acompanhada de voluptuosidade. A voluptuosidade é a cara, a facies da felicidade. E todo o ser é feliz quando satisfaz o seu destino, isto é, quando segue a encosta da sua inclinação, da sua necessidade essencial, quando se realiza, quando está a ser o que é na verdade. Por esta razão Schlegel dizia, invertendo a relação entre voluptuosidade e destino: «Para o que nos agrada temos génio». O génio, isto é, o dom superlativo de um ser para fazer alguma coisa tem sempre simultaneamente uma fisionomia de supremo prazer. Num dia que está próximo e graças a uma transbordante evidência vamo-nos ver surpreendidos e obrigados a descobrir o que agora somente parecerá uma frase: que o destino de cada homem é, ao mesmo tempo, o seu maior prazer.

 

(também publicado aqui.)

publicado às 17:24

Portuguese do it better than spanish

por John Wolf, em 12.11.14

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Foi na faculdade que descobri a profissão de intérprete de conferência. Estava no segundo ano do curso de Relações Internacionais quando os meus serviços foram requeridos impromptu. Em 1994, a Universidade Lusíada de Lisboa organizou uma conferência alusiva à arquitectura política da Europa no pós-União Soviética. Para o efeito convidaram um dos conselheiros políticos de Gorbachev, o Prof. Alexander Likhotal, para proferir um discurso sobre o tema, mas, inadvertidamente, os organizadores da conferência esqueceram-se de que necessitariam de um intérprete para o professor russo, uma vez que outros oradores servir-se-iam da língua portuguesa para endereçar as suas palavras ao auditório. Na qualidade de aluno bilingue fui chamado para dar uma mão, e converter as mensagens em língua inglesa para o convidado russo. A técnica de interpretação que empreguei chama-se chuchotage - murmurar directamente para o ouvido do destinatário. O processo é exigente e extenuante, mas descobri um filão profissional interessante e bem pago. No dia seguinte, à americana (sem cordelinhos, cunhas ou amigos), fui bater de porta em porta para oferecer os meus serviços de intérprete, e à laia de beginner´s luck, fui contratado à primeira. A agência de interpretação que me recrutou pôs-me em campo passado pouco tempo. De trabalho em trabalho fui crescendo, tendo tido várias tarefas interessantes. Por exemplo, a interpretação do discurso de tomada de posse do ex-presidente dos E.U.A. George W. Bush em directo na SIC Notícias, ou, mais recentemente, a interpretação consecutiva das conferências de imprensa pre-match and post-match de José Mourinho no âmbito do jogo de futebol entre o Sporting e o Chelsea para a Liga dos Campeões, cujos destinatários foram os espectadores da SKY News, de entre outros de diversas antenas internacionais. Mas o que me traz aqui hoje não se prende necessariamente comigo. Tem a ver com a defesa das virtudes linguísticas dos portugueses. Da minha experiência de intérprete de inglês-português-inglês (ENG-PT-ENG), e com mais de 200 conferências em cima dos ombros, posso concluir, sem reservas de opinião, que os portugueses têm talento para línguas "estrangeiras". Nem queiram comparar um espanhol e um português no que diz respeito ao uso da língua de Shakespeare. Os intérpretes sabem que uma das piores favas que pode sair no bolo é terem de levar com um espanhol a proferir um discurso em inglês. Pode ser que o interlocutor fale em inglês, mas a coisa soa sempre a castellano  e causa grandes transtornos cognitivos aos intérpretes. Esta é a verdade, independentemente de estudos académicos que possam conhecer a luz do dia. Numa das conferências em que tive de gramar um espanhol a "discursar" em inglês, levei uma cotovelada da minha colega intérprete, porque, totalmente convencido dos meus préstimos, estava literalmente, e palavra a palavra, a "traduzir" de inglês para inglês, tal era a espanholização da língua - parecia mesmo outra língua. Os portugueses, por seu turno, chegam a qualquer destino e, volvido muito pouco tempo, integram a língua de destino no seu espírito. Conheço múltiplos casos de sucesso. Um amigo, emigrado para a Alemanha há mais de uma década, passados seis meses já tratava a língua alemã por tu. Tenho mais exemplos no bolso, alusivos ao especial talento dos cidadãos portugueses para aprender línguas que não a de Camões, camones, mas quedo-me por aqui. Se me derem a escolher, nem sequer hesito, os portugueses ocupam um lugar no pódio. Quanto aos espanhóis, perdoem-me o desabafo, são uma dor de cabeça quando se põem a chalrar em inglês.

publicado às 08:58

A realidade da academia pátria

por Samuel de Paiva Pires, em 24.01.14

José Manuel Fernandes, Aquilo que não tem sido dito no debate sobre a "Ciência em crise":

 

"Uma das “verdades sagradas” do actual debate é a de a Ciência produzida em Portugal ser de alta qualidade. A existência de alguns investigadores, em especial jovens investigadores, que têm obtido prémios internacionais reforça essa percepção. Infelizmente, se há em Portugal muitos centros de excelência, o resultados geral do sistema é pouco mais do que mediano, quando não medíocre. Basta pensar no seguinte: no nosso país existiam em 2012 9,2 investigadores por cada 1000 activos, uma percentagem que nos colocava em quinto lugar na Europa, logo atrás dos países nórdicos. Porém, se considerássemos o indicador compósito do Eurostat para a excelência em ciência e tecnologia (um indicador que integra variáveis como o número de publicações científicas ou de patentes), Portugal caía para 19.º lugar, sendo mesmo o pior dos países do Sul da Europa. Em síntese: temos muitos investigadores mas com baixa produtividade.

 

(...)

 

Estas situações de mediocridade não são separáveis do estatuto dos bolseiros, pois os seus problemas são uma das consequências das regras existentes em muitos dos locais onde hoje se faz Ciência. Nesta área, como em muitas outras em Portugal, construímos um país dual.

 

De um lado temos os professores e investigadores que, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990, encheram os quadros das universidades e, depois, dos laboratórios associados. Muitas dessas pessoas estão hoje envelhecidas, nunca tiveram uma qualidade por aí além, mas são inamovíveis por muitos e longos anos. Toda a gente que conhece o sistema sabe do que falo.

 

Do outro lado temos as gerações que têm vindo a ser formadas nos últimos anos, temos centenas de investigadores com mais valor e mais qualificação do que muitos dos que estão instalados, mas que encontram as instituição cheias e sem vagas. Todos os anos, sempre que mais uma coorte de universitários termina a sua formação, o número dos que ficam à porta do sistema aumenta."

publicado às 13:27

A universidade de massas e a hostilidade ao liberalismo

por Samuel de Paiva Pires, em 11.10.13

 

Raymond Boudon, Os Intelectuais e o Liberalismo

 

«Por outras palavras, é provável que o desenvolvimento da universidade de massas tenha contribuído para que as teorias de apreensão difícil, as ferramentas intelectuais que implicam um investimento importante em tempo de aprendizagem, tenham sido progressivamente relegadas para segundo plano no ensino e, por consequência, tenham tendido a desaparecer do saber comum, por um processo em cascata que vai do superior ao secundário. Sobretudo nas disciplinas que não estavam imunizadas pelas suas características intrínsecas.

 

De facto, as diversas disciplinas estão desigualmente protegidas, por força da sua própria constituição, contra os efeitos deste mecanismo. Por razões que seria inútil repisar, de tão evidentes que são, a física e a biologia estão mais protegidas do que as ciências humanas, a economia e a história estão mais protegidas do que a sociologia, por exemplo.

 

Este mecanismo ajuda a explicar que a hostilidade ao liberalismo seja sobretudo obra, ao que tudo indica, de intelectuais formados nas ciências humanas menos exigentes. Isto porque a tradição liberal propõe para os fenómenos sociais, políticos e económicos análises que envolvem ferramentas intelectuais, sistemas argumentativos e uma atitude mental que exigem uma aprendizagem muitas vezes encarada como ingrata.» 

 

Leitura complementar: "Por isso pouco importa que a obesidade do Estado central prejudique toda a gente"; O relativismo cognitivo reforça a ética da convicção.

publicado às 12:28

Quando a realidade supera o Inimigo Público

por Samuel de Paiva Pires, em 06.09.12

«Comissão Europeia quer mais licenciaturas como a de Relvas: A Comissão Europeia emitiu orientações para que os Estados-membros reforcem a aposta na certificação através do reconhecimento de competências. Por outras palavras, a Europa quer que a experiência possa ser traduzida num diploma universitário.»

 

Enfim, a UE e as suas preocupações habituais, levando à letra aqueles que dizem ter estudado na "Universidade da vida", continuando a atacar uma das instituições basilares do Ocidente. Recomenda-se a leitura de "The Idea of a University", de Michael Oakeshott:

 

«This, then, to the undergraduate, is the distinctive mark of a university; it is a place where he has the opportunity of education in conversation with his teachers, his fellows and himself, and where he is not encouraged to confuse education with training for a profession, with learning the tricks of a trade, with preparation for future particular service in Society or with the acquisition of a kind of moral and intellectual outfit to see him through life. Whenever an ulterior purpose of this sort makes its appearance, education (which is concerned with persons, not functions) steals out of the back door with noiseless steps. The pursuit of learning for the power it may bring has its roots in a covetous egoism which is no less egoistic or less covetous when it appears as a so-called “social purpose,” and with this a university has nothing to do. The form of its curriculum has no such design; and the manner of its teaching – teachers interested in the pupil himself, in what he his thinking, in the quality of his mind, in his immortal soul, and not in what sort of schoolmaster or administrator he can be made into – the manner of this teaching has no such intention.»

publicado às 18:05

Ou de como num dia fui convidado para assistente e noutro o chefe não autorizou que tal acontecesse, justificando-se com a falta de dinheiro, para nos dias seguintes começar a avalanche de contratações da tralha socrática sem carreira ou vocação académica. É ler estes parágrafos de uma entrevista a Maria Filomena Mónica:

 

«Que avaliação faz do debate de ideias na sociedade portuguesa?

Sempre foi péssimo, continua péssimo e possivelmente será sempre péssimo. As pessoas debatem tudo em termos pessoais, não são treinadas para organizar um pensamento racional, dedutivo, calmo. Isto treina-se na escola desde pequeninos. Interrompem-se todos, tudo muito emocional. E os portugueses não são bons a debater também porque acham que há sempre interesses ocultos por trás. Se disser que não gosto de futebol, vão pensar “Ah, isto deve ser porque ela tinha um pai que era futebolista” ou “Ela está ligada a um clube”. A ideia de que alguém pode genuína e independentemente ter uma opinião é difícil de aceitar para os portugueses. E, mais uma vez, é por sermos um país pobre e pequeno.

 

Somos todos primos uns dos outros?

E sabemos quem foi para a cama com quem, achamos que, se se está com ciúmes do outro, é uma questão de saias. Na universidade, então, é uma baralhada completa, porque, como é pequenina, todos nos conhecemos. E do assédio sexual nem vale a pena falar. Em Oxford, num ambiente muito masculino, onde havia 80 homens e cinco mulheres, nunca senti nenhum assédio sexual, apesar de, como aluna, usar mini-saia.

 

E em Portugal?

Com os meus colegas masculinos, percebi que eles iam para a cama com as alunas, e digo: “Vocês não estão bons da cabeça!” Diziam uns aos outros: “Aquela vai à cama?! Se soubesse, tinha-lhe dado melhor nota.” Isto assim, à minha frente! Eu dizia: “Esperem ao menos que elas acabem a licenciatura.” Mas os meus colegas achavam normalíssimo ir para a cama com as alunas. Em Portugal há a promiscuidade do sexo e a promiscuidade do parentesco.

 

A endogamia ainda é um problema, nas nossas universidades?

Basta olhar para os apelidos. Quando a minha universidade fez 100 anos, fui convidada como antiga aluna. Estavam lá professores da Faculdade de Direito e perguntei se ainda existe endogamia na faculdade. “Ah, de todo!”, responderam-me. E dava vontade de rir – bastava olhar para os apelidos iguais, claramente filhos ou sobrinhos. Há endogamia. E há nepotismo.»

publicado às 20:31

O estado da disciplina de economia em Portugal

por Samuel de Paiva Pires, em 13.06.11

Não sendo economista, não deixo de assinalar que foram precisos 4 anos de licenciatura em Relações Internacionais, 2 de mestrado em Ciência Política e estar quase a terminar a minha dissertação de mestrado para comprovar uma ideia que já tinha há muito tempo: os moldes em que economia é leccionada no ISCSP (e possivelmente noutra universidades portuguesas) são risíveis e em larga medida cientificamente inválidos, porque de pendor socialista/keynesiano - ou seja, uma impossibilidade epistemológica.

publicado às 17:03

O peidódromo

por Nuno Castelo-Branco, em 29.03.11

Ontem, a noite de Prós e Contras (contra quê?) atingiu o seu pleno e Fátima Campos Ferreira não teve de poupar cordas vocais, coisa que honra lhe seja feita, raramente faz.

 

A RTP convidou umas tantas sumidades que nos betões daquilo a que se designa por "universidade", fazem render a faina da recolha do seu marfim. A palavra universidade é por esta gente tida como uma espécie de condomínio medieval e a posse de um testemunho de uma passagem por esse purgatório, permite o mastigar entre risos escarninhos, de nomes com Y, Th, K e citações a bel-prazer.

 

Refastelado no meu sofá e com a Luna ao colo, fui trincando umas bolachas ricanela, atentamente seguindo um concurso de basófias mais ou menos circunspectas. Abundaram os sobrolhos carregados, os esgares indignados e os sorrisos de contentamento pelo imaginado sucesso da auto-complacente empáfia. Uns tantos remoques "pró do lado" - José Reis e João Salgueiro - e um longo empanturrar de "sonhos, ousadias, quereres e paradigmas". É claro que não entendi patavina e o rebuscado das receitas era de uma ordem tal, que não se descortinava o peixe da carne, nem os nabos dos alhos e tudo isto condimentado com doses cavalares daquelas bem conhecidas especiarias descobertas algures no século XIX e que tão bons resultados deram nos ruminantes ocidentais. A prova disso, é o constante avolumar de gasosas barrigonas que de vez em quando, convém desaustinar através do pipo bocal que na melhor das hipóteses, evita a mais óbvia e usual válvula terminal do sistema digestivo. Para isso, temos as tv's da "tudoemaisalgumacoisalogia" actual. 

 

Vejamos. Se bem me lembro dos convivas do serão, retenho a voz contristada de um daqueles padres que já não fala "achim", rendido à avermelhada resignação pela pobreza alheia. Este bem prega frei Tomás, cozinhou uma autêntica spaghetinada a la putanesca, com os necessários picantes a sugerir o cilício em forma de quentinha barraca nacional colectiva, fazendo ressoar os versos daquela velha canção que gemia sob o modesto peso de um quartinho de primeiro andar, num lar pobre mas sempre a abarrotar de mais alegria. Também se escutaram os ditos de umas conhecidas sumidades de cátedras de outras décadas. Uma delas, "muito republicana" mas que ainda escreve Espanha com agá, traçou a pernoca e aproveitou o espaço para desenfardar uns eflúvios de annales, terminando com um infalível ditame da "óbvia proibição" da restauração da Monarquia, claro... Estranho, tal coisa não pareceu assim tão óbvia à atenta Fátima Campos Ferreira.

 

Também escutei um "filósofo" - são os meus favoritos - de fala tão arrefinfalhada de regueifas e retorcidinhos, que qualquer trabalho de talha rococó, parecerá um depurado artefacto saído do atelier de Saarinen. Trouxe-me logo à memória uma descontínua e um tanto ou quanto caótica melodia de outros tempos.

 

Podia dar mais uns tratos de polé à cachimónia, tentando recordar algo que tivesse absorvido de toda aquela libertação de gases raros, mas sinceramente, apenas retenho o apresentar de credenciais pela maioria dos pneumáticos presentes. As frases infalíveis em qualquer programa deste género, são aquelas em que o sapioso entrevistado aumenta o tom de voz e esclarece acerca da sua "gratificante experiência académica no E-S-T-R-A-N-G-E-I-R-O*", "o sentido prático anglo-saxónico que T-I-V-E* o privilégio de interiorizar" ou para os mais avaros defensores da sua torre natal, "os alunos que na  U-N-I-V-E-R-S-I-D-A-D-E* me têm P-E-D-I-D-O* orientação acerca das possibilidades de pós graduações, mestrados e doutoramentos, entre as quais o estudo da vida bissexual das amibas, consite num aspecto nada desdenhável da nossa plena integração na comunidade científica internacional". Todas estas maravilhas, pressupõem o "abrir de pernas" para a saída de pecúlios que até aos sessenta anos deidade, garantem a alguns, uma certa forma de se estar na vida.

 

Não temos arcaboiço ou clima para cortejos alegóricos de Fevereiro, nem mulatas semi-nuas de plumas e á borla pelas avenidas. Quanto a reis-momos, esses temo-los de sobra e pagamo-los em conformidade e à razão de centenas por Palácio. O Sambódromo é coisa tropical, valiosa para cativar turistas e libertar desejos e paixões. Infelizmente não possuímos a alegria e o saber-viver para tanto.

 

Resta-nos o Prós e Contras, cada vez mais o Peidódromo Nacional. 

 

* Não se assustem, pois as maiúsculas representam o súbito aumento de decibéis. 

publicado às 11:10

Não têm mais nada com que se entreter?

por Samuel de Paiva Pires, em 16.12.08

A Universidade de Coimbra (UC) lançou hoje um CD-Rom interactivo que visa ajudar os estudantes a lidar com o stresse dos exames, a aumentar a eficiência do estudo e a serem mais bem-sucedidos na vida académica.

 

E que tal se deixassem os estudantes em paz? Eu pelo menos falo por mim que acho essas coisas de apoio, auto-ajuda e por vezes até de acompanhamento psicológico um bocado síndrome de gente mimada, com pouca coisa com que se preocupar ou com muito dinheiro para gastar nessas patetices.

 

Mas adiante, mais importante do que isso,  acho que num espectro nacional e indo de encontro a um dos comentários à notícia acima no site do Público, que tal criar um CD-Rom para ensinar muitos dos professores universitários do país a dar aulas decentes e úteis, a ter critérios de avaliação e correcção coerentes e a serem realmente académicos, no verdadeiro sentido da palavra?

publicado às 01:41






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