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PS/PSD ou PS/CDS?

por Nuno Castelo-Branco, em 30.04.09

 

 Não pode haver grandes guinadas a meio de uma crise, sobretudo porque já há muitas medidas que estão em curso e não podem ser alteradas, porque senão era deitar fora o que já se fez”, explicou. 

 

São estas as palavras de Van Zeller, a propósito do insistente rumor de formação de um próximo governo "de concentração" entre os dois partidos rotativos. Se as entidades empresariais assim o desejam, assim será e disto estamos absolutamente convictos. O factor Cavaco Silva não é desdenhável, até porque as recentes palavras de crítica indirecta do presidente, não podem ser interpretadas como um frontal ataque ao executivo de Sócrates. Não existe  uma verdadeira coragem política para tanto, até porque a posição de Cavaco não é sólida e livre de responsabilidades.

 

O regime chegou a um patamar tal, que qualquer solução alheia à vontade dos rotativos - queremos dizer,  dos tutelares agentes económicos e financeiros -, poderá provocar uma súbita derrocada de inimagináveis consequências. O rumo a tomar pelas economias mais poderosas será igualmente determinante, mas o acentuado declive em que a situação política portuguesa se encontra, acicata à adopção de soluções drásticas, nelas se incluindo o Bloco Central. E até agora, os partidos não têm demonstrado interesse em prestigiar-se perante os portugueses.

 

Este Bloco Central pode, além de estabilizar a acção governativa, acelerar o processo de reformas, servindo-se do Parlamento como mero apêndice  de suporte a um programa que deverá ser ambicioso. Simultaneamente e num cenário de esperada hegemonia da Razão  - sempre a grande incógnita na partidocracia nacional -, poder-se-ão mitigar os ímpetos eleitoralistas do habitual  populismo caça-eleitores que tanto tem prejudicado os cofres do Estado, o ambiente e o património. É tempo de parcimónia e disto mesmo estão os portugueses  à espera.

 

Alguns observadores têm apontado a viabilidade de um entendimento do PS com o CDS. É possível, mas decerto os dirigentes do partido de Paulo Portas terão sobejamente sopesado o que tal opção significará para a sobrevivência do já  velho partido do Largo do Caldas.

 

Muito mais do que um simples arranjo de uma sólida maioria, o país tem a premente necessidade de um completo redesenhar do seu edifício estatal. Sem que exista a necessária coragem para esse trabalho de Hércules, todas as soluções paliativas serão apenas isso mesmo. O regime ou o "sistema"  que existe, não serve. Caducou e o português da rua disso se apercebeu. Agora, trata-se de uma rotineira questão de tempo.

publicado às 13:48





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