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Do mesmo modo que não existem vazios de poder na grande paisagem geopolítica, também não pode haver falta de conceitos estratégicos no que diz respeito à política externa dos Estados. Obama declara que ainda não existe um modelo de resposta ou combate ao Estado Islâmico e, a União Europeia (UE), que ainda não conseguiu estabelecer a sua Política Externa e Segurança Comum, parece avançar com peças avulso na formulação das suas relações exteriores. Não sabemos com precisão o que o ainda Presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso terá dito, mas Putin respondeu de viva-voz que a conquista de Kiev (a acontecer) não demoraria mais do que duas semanas. Federica Mogherini, que ainda nem sequer teve tempo de aquecer a cadeira de responsável pela política externa da UE, também não precisou de muito tempo para atirar ao ar palavras vazias que ninguém pode garantir que sejam corroboradas por actos, decisões substantivas. Mogherini afirma peremptoriamente que cabe a Putin decidir se quer ser parceiro ou opositor da UE. Pelos vistos, entramos numa fase de improviso perigoso. Enquanto Putin passa dos actos aos actos, o mundo livre parece não conseguir se desatolar da espiral de palavras descoordenadas. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) parece ter a noção de que um novo conceito definidor deve nascer com um sentido de urgência notável, mas, enquanto se preparam cimeiras, Putin poupou trabalho aos think-tank a Leste e Oeste, e já partilhou com o mundo o tratamento que a NATO deve esperar do Kremlin. E isso deve ser considerado um factor de relevo - uma mensagem clara que obriga a uma resposta inequívoca da UE, da NATO, assim como das lideranças que ainda merecem essa designação.