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Foi obra saudada à época como um dos caboucos do Regicídio e da república de 1910, um gatilho em forma de escrita. A propósito da apresentação de mais uma edição buraco da fechadura, parece-me bastante curiosa a fúria a que por estes dias temos assistido.
Boa mensagem de regeneração das mentes é toda esta raiva, pois a vida privada dos agentes do poder não passa disso, apenas interessa aos mesmos.
Quanto ao Marquês da Bacalhoa, foi livro de encomenda e duplamente vergonhoso, pois não tendo um pingo de verdade, indelevelmente manchou a reputação dos dois titulares da Majestade. Na sua varanda que dava para uma ampla vista da Baía do Espírito Santo, em Lourenço Marques, o meu bisavô que ali se estabelecera misteriosamente logo após os acontecimentos de 1908, por vezes falava daquele passado já muito distante, insurgindo-se tardiamente contra os ..."actos que infelizmente tiveram trágicas consequências nas quais jamais pensámos. Matámos o melhor entre os melhores e hoje vivemos nisto". Todos compreendiam em silêncio. Tinha ele razão no mea culpa.
Sintomaticamente foi o Marquês da Bacalhoa calorosamente recebido pela ínfima, desordeira, subversiva e ruidosa opinião pública que girava em torno de copázios de carrascão na Baixa de Lisboa, os mesmos que pouco depois destruíram o regime de então.
Sinal dos tempos, pelo que se lê e escuta, os detentores directos e indirectos do poder instituído aprenderam a lição.
A Coroa do Reino Unido, personificada no Príncipe de Gales e no seu filho Guilherme, também ele futuro herdeiro do Trono britânico, num histórico e inédito apelo público em defesa de um dos valores por eles sempre publicamente advogados: a vida selvagem, com a consequente condenação do comércio ilegal e o abate de espécies naturais que as levará à extinção.
A Coroa Britânica de novo "a dar cartas" em benefício do planeta.