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Saboroso

por John Wolf, em 14.12.17

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A culpa é de Luís de Camões, de Aquilino Ribeiro, e já agora, de José Saramago. Quando o primeiro-ministro escolhe mal as palavras ou tem dificuldade em se exprimir, o ónus da asneira é da língua portuguesa. António Costa nem se pode socorrer do acordo ortográfico para emendar o sabor do soneto que enuncia. Sentimos, neste executivo, a preocupação na poupança da ponderação e o exagero no improviso da comunicação. Não sei se o primeiro-ministro prepara o que vai dizer num guardanapo ou numa tablete, mas confirmamos o desempenho amador das tiradas de comunicação. No entanto, o seu estilo particular de "dizer" já contaminou o terço socialista - Vieira da Silva esteve prestes a deixar descair a palavra gostosa - a instituição Raríssima é gostosa (?). Os outros dois da geringonça são mais cuidadosos. Jerónimo de Sousa não se engana - a cassete é sempre a mesma. E Catarina Martins usa a mesma receita de blá blá blá com alto teor de moralismo. Sublinhemos porém que o primeiro-ministro é muito mais flexível, polivalente. A expressão saborosa tanto serve a travessa de arroz de pato, como serve para retratar um ano raríssimo. Por outro lado, o homem pode ser tão sofisticado ao apelar aos "pupilos gustativos" - aqueles que o seguem e que sabem que o bom comportamento geralmente resulta em bombons, como uma nomeação para uma secretaria de Estado ou direcção de um organismo de solidariedade social. Em suma, è a base de doçaria institucional que o país se governa. A disciplina austera da Direita bolorenta cedeu lugar às liberdades e estímulos pavlovianos da Esquerda iluminada. Eu acredito que eles acreditam que a educação política dos filiados se faz por via da recompensa açucarada. Este ano saboroso tem muito que se diga. Fica entranhado nos dentes. É um chupa-chupa.

publicado às 13:31

Raríssimos sinais de ética

por John Wolf, em 10.12.17

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Não vale a pena entrar em pormenores sobre os contornos do desfalque da Raríssimas - se são gambas ou vestidos de noite que materializam os desvios. Esses aspectos são acessórios. O que é realmente grave diz respeito ao modo como é desferido um forte golpe na credibilidade de tantas associações que prosseguem as suas missões honestamente e em nome do bem colectivo. Este tipo de crime deve ser etiquetado de atentado grave contra a sociedade portuguesa, um acto de traição. O modo como corrói a confiança depositada em organizações com enfoque na acção social, obriga a que se auditem TODAS: fundações, associações, grémios e clubes (doa a quem doer) que, em nome da solidariedade e demais princípios e valores incontornáveis, operam no plano nacional. O facto do Ministro do Trabalho alegadamente já ter conhecimento das irregularidades das Raríssimas, coloca-o particularmente numa situação difícil. Para todos os efeitos práticos, o ministro passa a ser um associado dos delitos, independentemente da cor ideológica ou do partido de onde provém. Sejam quais forem as ramificações e os envolvidos - do governo ou não, da oposição ou não, da casa socialista, comunista ou centrista -, devem ser extraídas consequências materiais e penais. Raríssimo? Veremos. Talvez vulgaríssimo.

publicado às 20:04

A idade da reforma chegará aos 69

por John Wolf, em 01.12.17

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São desculpas esfarradas deste calibre que instigam tendências agressivas no utente. O ministro da Segurança Social serve-se de actos de Deus para justificar o aumento da idade da reforma - 66 anos e cinco meses (lá para 2019). Afirma o estatístico "que a idade da reforma será alterada devido ao impacto do aumento da esperança de vida relativamente à sustentabilidade na sociedade." Por outras palavras, o culpado é o Adalberto. O ministro da Saúde anda a espalhar bem-estar e vitalidade por tudo quanto é sítio, e depois o resultado é este - (sobre)vive-se mais tempo. Deixemos então estas tretas de lado e passemos aos factos justificativos. O Estado precisa (como o cu precisa das calças) de mais receitas para financiar a ficção administrativa dos dinheiros públicos. No entanto, para enganar os feirantes, na outra face da moeda, celebra o aumento de pensões, como se este fosse um prémio de consolação. O aumento de pensões (do presente) perde a sua validade escassos meses depois, porque existe algo chamado inflação. Daí a necessidade da erecção da idade da reforma que por este andar chegará aos 69. Podem usar os preservativos que quiserem para proteger a geringonça de doenças políticas infecciosas, mas existem sempre corrimentos que se derramam e derrubam as contas. Quando a idade da reforma chegar aos 69, poderão sempre justificar tal decisão com o avanço dos métodos reprodutivos.

publicado às 16:03

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Dirão eles, sócios-gerentes da Geringonça, que é melhor que nada. Mas em abono da verdade é mais que nada. É mais que zero. É mais que nulo. É mais que inexistente. Mas mais valiam ficarem quietos. Vieira da Silva congratula-se pelo assinalável aumento de pensões de mais de 2 milhões de contribuintes. Incrementos que oscilam entre a unidade de euro e um pouco mais de um trio da divisa. Mas se quer fazer o gosto ao dente, se é bom garfo, fique a saber que também estão consignados 25 cêntimos no que diz respeito ao subsídio de refeição para funcionários públicos. É obra, é uma maravilha. Com tanta folga orçamental, com tanto sucesso fiscal, seria expectável que as subvenções fossem efectivamente palpáveis, melhores. A culpa do desequilíbrio está na encomenda sucessiva de pareceres, estudos prévios e festivais da canção. Os 25 cêntimos rimam com o tecto falso dos 25 mil euros da fasquia automóvel - poesia. O subsídio de refeição, conferem eles, estava congelado há mais de 9 anos. Mais valia que assim ficasse. No frio, fossilizado. Agora podeis ir de férias descansados. A segurança financeira está assegurada. A Geringonça é um mãos largas.

publicado às 17:32

RSI Turbo PS GTI Geringonça

por John Wolf, em 30.07.17

 

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Quando o valor de uma viatura passa a servir de indicador para a atribuição de subsídios sociais, sabemos que o governo está desesperado para angariar adeptos. Ficamos a saber que o voto popular conta para a sobrevivência política. Mas mais grave do que estas técnicas duvidosas de contabilidade, será a eternização da divisa automóvel enquanto indicador de estatuto económico e social em Portugal. O socialismo nivelado, de todos diferentes todos iguais, não passa de um mito. Continua válida a ideia da aparência, da ficção de meios, ou seja, não ter um tostão furado, mas poder armar aos "ricos". Este tipo de abordagem joga com a psique colectiva de um modo particularmente perverso. Passa a mensagem de que o que conta é a imagem projectada, a forma como se é percepcionado, seja-se pobre ou abastado. E o inverso? O milionário que prescinde da viatura e que se serve do passe da Carris? Tem algum benefício fiscal? Pois. Como podem ver, o chassis socialista assenta na ideia de escalada social, no exemplo desviante de Sócrates, de apartamentos em Paris e fatos Brioni - vida faustosa. É essa mentalidade burguesa que caracteriza os socialistas encartados que a querem partilhar com os pobres de alma, colocando à frente dos seus chanfros asnos uma cenoura furada.

publicado às 14:55

O sucesso da Segurança Social

por John Wolf, em 02.01.17

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Imaginem por uns instantes que eram a Catarina Martins. Não estariam a bradar aos céus e a invocar a violação da confidencialidade e o sigilo dos cidadãos? Não entendo como a Segurança Social (SS) possa publicar a lista de devedores e na mesma toada anunciar o seu fracasso na captação das ditas - ou seja, as dívidas à SS efectivamente aumentam. A disseminação do nome de indivíduos e entidades devedores não parece ter surtido efeito dissuasor. Aquela lista afixada, para quem quiser saber, apenas normalizou os processos comportamentais negativos. Reintegra na sociedade portuguesa prevaricadores firmados na praça. Ou seja, se aparece o nome de fulano, então não é assim tão mau que apareça o nome de sicrano. Faria sentido, na base bilateral e exclusiva, ter acesso a essa informação. O fumo denso da geometria variável das dívidas à segurança social serve para camuflar crimes de colarinho branco. Onde está a lista de delinquentes bancários? Onde está a lista de fornecedores que ficaram a arder com o cliente que deu à sola? Esta lista da SS não tem efeito prático algum. Se vasculharmos com algum cuidado na extensa lista lá encontraremos um nome amigo e de certeza um outro governante histórico. Mas ninguém vai de cana ao contrário do que acontece em democracias mais reforçadas.

publicado às 16:30

Padre Vieira da Silva

por John Wolf, em 17.10.16

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A bíblia do Orçamento de Estado 2017 tem santos de toda a ordem. Os padres da geringonça apresentam-se com sermões de encantar na mesmíssima paróquia. Por um lado, Centeno invoca os caminhos da justiça e das escolhas - a justiça de tirar e a escolha de não admitir -, e Vieira da Silva, que está junto ao altar, vem com o choradinho demagogo do excedente de pobreza. O ministro da solidariedade e afins refere a pobreza infantil numa espécie de chantagem emocional para justificar a carga contrubutiva. Em nome da criança a extensão de Austeridade pode ser justificada. Pobreza infantil é um conceito questionável. Sabemos o que quer dizer  Vieira, mas não sabe expressar-se. É a pobreza dos progenitores que conduz à precariedade infantil. As crianças não devem ser ricas nem pobres. Não devem trabalhar. É bom saber que o convento das belas intenções tem o apoio da Fundação Francisco Manuel (dos Santos!). A gerin do PS e a gonça do BE e PCP subscrevem esta fórmula de intensificação da miséria para ver se o povo engole a pílula de mais austeridade. Mas algo não bate certo. Não era suposto o desemprego estar a baixar e a economia a crescer? Se isso fosse verdade, o Vieira da Silva não vinha com esta cantiga de orfanato. O excelso ministro já teve diversas oportunidades para governar e erradicar a pobreza, mas qualquer coisa falhou ou faltou. É de uma baixeza franciscana servirem-se dos pequenotes para galgar as margens contributivas dos portugueses. Parece aquela conversa de ocasião com que nos cruzamos por aí: não é para mim, é para uma criancinha.

publicado às 09:52

Reformas antecipadas a arder

por John Wolf, em 16.05.16

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A aceleração dos pedidos de reforma antecipada nos últimos 5 meses exige uma interpretação minuciosa. Indica certas aflições. As pessoas entre os 55 e 60 anos já viram governos e mais governos passar-se-lhes à frente. Já sentiram maior ou menor segurança em relação ao seu futuro. Já viveram intervenções do Fundo Monetário Internacional. Já tiveram de apertar o cinto vezes sem conta. O governo de inspiração socialista e natureza solidária não parece instigar grande confiança nos cidadãos portugueses perto da idade de reforma. Os governos socialistas, dada a sua natureza, dependem de um vasto corpo de legionários públicos. Foram esses funcionários que os elegeram à luz da certas promessas salariais e a reposição de privilégios. O actual governo anda um pouco baralhado. Por um lado, sem o declarar, gostaria de pôr a correr as brigadas infindáveis de trabalhadores do Estado e por outro lado irá sentir dificuldades de tesouraria para fazer face à grande demanda de reformas antecipadas. Ou seja, para continuar a merecer o estado de graça dos "seus" eleitores tem de continuar com a conversa do primado do funcionalismo público, mas sabe que tem de atenuar o fardo financeiro das reformas antecipadas. Os contribuintes deste escalão laboral, que já foram enganados vezes sem conta por governos de todas as cores e feitios, ainda têm instinto de sobrevivência. Querem fugir da casa que está prestes a arder. Já toparam as fagulhas. E não acreditam nos bombeiros.

publicado às 09:30

Orçamento número 44

por John Wolf, em 23.02.16

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Alguém pode ajudar? Estou a tentar falar com o ministro Vieira da Silva. Já liguei para o Parlamento uma série de vezes e informam-me que o senhor está a discursar e que está muito ocupado. Está a falar insistentemente sobre evasão fiscal e do delapidar de contas públicas. E também sobre solidariedade. Mas esqueceu-se de um pequeno pormenor que não deve fazer parte dos capítulos do Orçamento de Estado de 2016. Gostava de saber que medidas de controlo e sanção serão implementadas por forma a que alguém do aparelho de poder não deite a mão a dinheiro alheio? Sim, estou a pensar em José Sócrates. O herói do Simplex. O homem do Magalhães. E alegadamente o homem dos offshores e malas de euros. Gostava de saber qual o impacto orçamental dos devaneios do número 44 nos anos passados e vindouros? Ao bom estilo socialista, a memória é selectiva. Não lhes convém lembrar essa pedra no sapato. Vieira da Silva, campeão da solidariedade, não passa de um dispensador de frases-feitas, de um mero gestor de máximas socialistas completamente desfasadas da realidade. O governo em funções declama a poesia de justiça económica e social, mas não explica como vai financiar a fantasia. As contas não irão bater certo por mais que insistam na superioridade moral. Onde está o corte nas gorduras do Estado que escorreram em tantos cartazes de campanha do Partido Socialista? Como irão gerar emprego? Não explicam. Mas garantem que o crescimento económico é uma dimensão sem ligação ao emprego. Ora para isso acontecer, as contribuições fiscais têm de aumentar. E aqui reside grande parte da mentira económica e financeira que não passará em claro junto dos credores internacionais e dos eleitores. O Orçamento de Estado (OE) respeita a Constituição (?), repetem eles como se fosse uma mantra, mas esqueçem que esse "diploma" não é uma ferramenta de governação. Quanto muito será um modelo de orientação. E aqui reside mais um problema. A sua ortodoxia ideológica, fruto de calores revolucionários, tem sido o entrave, uma parte do conjunto de obstáculos à modernização de Portugal, mas também do Estado e da administração pública. O debate de apresentação e aprovação do OE não sai daquela sala. Não passa do Parlamento. Não migra para a verdadeira dimensão da realidade portuguesa. O governo, defendendo-se sem ser atacado, demonstra a sua vulnerabilidade. Nem sequer consegue liderar da retaguarda. E espelha irremediavelmente algo complexo e pertença da realidade política nacional. A ideologia, seja qual for, domina para bem e para mal. E os socialistas são particularmente dotados na expressão dessa cegueira. Chamem Sócrates que ele deve saber responder a questões de superioridade moral e ética.

publicado às 15:15

O governo e o índice de erecção

por John Wolf, em 17.12.15

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Fico furioso quando me mentem. Não me refiro a esse caso patológico cujo nome recuso escrever. O actual governo da República Socialista de Portugal não fala a verdade. Em vez disso lança uma neblina para confundir os mais incautos. A aprovação do aumento de dois milhões de pensões não passa disso mesmo. Não é preciso ser um astrofísico-financeiro para perceber o truque. O tão aclamado aumento está, efectivamente, indexado à inflação, e acontece que na Zona Euro não se avista uma pontinha da mesma. O Banco Central Europeu confirma esse facto ao manter a sua posição de expansionismo monetário. Nesse medida, o pensionista nacional não deve morder este isco. A linha populista que atiram, tem, além do mais, um peso-morto no seu fim. A ficção monetária e a alegada reposição do poder de compra terá de ser compensada com mais medidas trans-demagógicas. Ou seja, o softcore desta medida fácil e aparatosa terá de ser contrabalançado por medidas XXX. Para cada decisão sexy do governo, terá de haver outra sado-maso. Onde é que o Vieira da Silva pensa que está? Nos EUA? Aí sim, já há sintomas de erecção inflacionista, e a domina Janet Yellen, ciente dos perigos que espreitam, começou ontem a fechar a torneira da liquidez ao subir a taxa de juro de referência. "Indexado à inflação" é como oferecer preservativos a um náufrago que se encontra a solo numa ilha selvagem.

publicado às 17:46

Mais um frete jornalístico a António Costa

por Manuel Sousa Dias, em 23.03.15

http://www.publico.pt/politica/noticia/os-12-alquimistas-de-costa-1689973

 

De destacar o estilo gradiloquente e sebastianesco do texto de Nuno Sá Lourenço.

 

Entre os 12 alquimistas que irão transmutar metais inferiores em ouro para António Costa - e encher os cofres do estado - temos Vieira da Silva, Elisa Ferreira e João Galamba e outros místicos ligados ao PS e ao mundo académico.

publicado às 18:36

Microfones e subvenções vitalícias

por John Wolf, em 20.11.14

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Os portugueses já deveriam saber como isto funciona. Os actores apresentam um espectáculo notável e o público deixa-se ir, julgando se tratar da atracção principal da noite. No palco dois personagens desenvolvem um sketch em torno de um microfone, um enredo com picos de tensão e comédia, e enquanto a plateia assiste impávida e serena ao tira-teimas, uma outra troupe, em toda parecida à primeira, saca do guião umas linhas mais cínicas, um monólogo expectável de toda uma classe política: o regresso das subvenções vitalícias dos políticos. O esquema, usado vezes sem conta em política, geralmente funciona. Quando não há palhaços disponíveis, o futebol também serve para distrair. Ou uma outra trivialidade picante, sórdida. O vice-presidente da bancada socialista foi o encenador escolhido para dar esta pancada na moleira dos portugueses. Vieira da Silva, cujo semblante serve perfeitamente para estas encomendas, não nos faz esperar pela tomada de posse de António Costa para provar que o mundo tornará a ser como era. Nada mudou nem mudará. O Partido Socialista que se apresenta (sempre) como o bom da fita neste péssimo filme, não passa afinal de um intérprete da mesma mediocridade. Falam com saudade da revolução, mas são uns fracos, uns vendidos. A reforma de Estado nunca será avistada nos termos em que o país exige. Assim que o Largo do Rato voltar a mandar neste cangalho, iremos assistir a um processo de retorno aos dinheiros fáceis de um qualquer programa comunitário. Os portugueses têm todas as razões para estarem arruinados. Isto não se endireita com uma simples mudança de personagens.

publicado às 20:20

Os fanáticos da dívida e o PS

por John Wolf, em 20.10.14

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O Partido Socialista (PS) afirma que é contra o "fanatismo da austeridade", como se não fizesse parte da história que conduziu a esse estado clínico. Para demonstrar boa-vontade e fair-play, o PS deveria reconhecer que os loucos que agora apertam o cinto dos portugueses também são seus filhos - são monstros criados por si. Foram décadas de gestão esbanjadora que tornaram a dívida avassaladora e crónica. Há algo de incoerente nesta abordagem. Não foi José Sócrates que jurou que a dívida não se resolve? Que a dívida é um bicho para se ir gerindo? Alguém acredita que é possível fazer tábua rasa da realidade financeira, que é adversamente negativa, e começar de novo como se nada fosse? A haver uma renegociação da dívida, que desconto será efectivamente obtido na factura? Olhar para o problema através da óptica europeia faz sentido, mas também faz sentido reflectir sobre o impacto que as doutrinas alegadamente socialistas tiveram na estrutura económica e social da Europa - as ilações ideológicas ainda não foram tiradas, o mea culpa ainda não foi feito. Esta iniciativa de pré-executivo é um claro indicador de que existe a noção no PS que os problemas económico-sociais são grandes demais para a sua camioneta. Aos poucos, porque são ratos, percebem que devem meter todos ao barulho. Uns quantos do Manifesto 74, e ainda outros provenientes de outras latitudes. Resta saber como os socialistas, após anos de rejeição ideológica da receita de Angela Merkel, vão encetar negociações com a mesma senhora que lá estará para os receber. Prevejo que, se e quando chegarem ao poder, todo o gás da claque da oposição socialista seja convertido em algo mais etéreo, contraditório. Embora de momento ainda sejam do contra, quando forem governo e a Realpolitik de Bruxelas lhes bater na cara, aposto que vão comer e calar. E nesse momento passarão a ter outra dívida para com os eleitores portugueses. Para já o PS ainda pensa ter bom crédito dos eleitores. Veremos.

publicado às 17:23






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