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Tintins de activistas

por John Wolf, em 29.02.24

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Os ditos activistas pelo clima pensam que têm tintins. Mas apenas atiraram tinta acrílica verde. Podemos extrapolar, a partir das amostras que irrompem estúdio adentro ou que arremessam substâncias cromáticas sobre políticos, que aqueles que "fazem" (citando Pedro Nunca Santos) estes preparos não detêm estrutura ética e moral. São excessivamente jovens para produzir argumentos racionais civilizados, não têm descendentes nem responsabilidades familiares, mas são filhos de alguém que transmitiu grandes valores humanos. Têm tempo a mais, cabeça a menos e vontade de aparecer. São discípulos em idade pueril da outra em idade adolescente — Greta. Todos concordamos que o clima e as questões ambientais são temas centrais para a sustentabilidade civilizacional, mas também podemos concluir que o futuro corre sérios riscos. Estes embriões de putativas lideranças de causas não conseguem articular um discurso coerente e, à falta de meios intelectuais, enveredam pela violência. Sim, porque é disso que se trata. Não devemos fingir que não existe filiação ideológica neste género de assalto à intregridade física. Foram instigados a avançar sobre adversários sem olhar a meios, sem contemplar os danos. São extremistas na mais pura acepção do termo. Nem vou especular quem é que lhes deu corda ou gás para proceder de tal modo. Se ao menos fossem coerentes, teriam feito uso de algo biodesagradável como estrume. Assim não passam de climínimos...

publicado às 13:15

Selecção Nacional

por John Wolf, em 18.05.18

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Temos selecção nacional. Para quem ainda não percebeu - faz tudo parte da mesma fantasia: ganhar a qualquer custo. Falamos de instituições maiores (Sporting Clube de Portugal) e fenómenos globais (Cristiano Ronaldo e José Mourinho). Rolamos a bola, mas poderíamos rodar a chave e destrancar a matriz na sua íntegra - a falência ética que se estende de Sócrates a Pinho, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, de Vale e Azevedo e, até ver, a Bruno de Carvalho. A ideia de enriquecimento fácil é quase sempre sinónimo do ilícito. Sabemos que clubes de futebol já fizeram ruir bancadas, mas a queda de um governo seria algo inédito. Quando o assanhado Ferro Rodrigues veste a camisola da Assembleia, não sabemos se está ao avesso - se é mais leão do que camaleão. Assistiremos porventura a um Dreyfoot affair que em última instância terá consequências políticas imprevisíveis. Como se pode admitir o duplo atentado de um Marta Soares? Um pé na bola e outro na Protecção Civil, a título de exemplo. Devemos ficar muito desconfiados, de pé atrás mesmo, quando enviam um estafeta para entregar a missiva de que: o "Governo afasta qualquer tipo de ajuda pública ao Sporting em caso de colapso". Se vêm com esta conversa é porque equacionam precisamente o oposto. E deve haver razões para tal. A cauda do leão deve ser tão comprida que se estende de São Bento a Belém e vice-versa. E o mesmo se pode dizer dos outros, invertebrados ou não, mascotes ou mascarilhas de outros grémios desportivos. A despromoção para ser efectiva deve não esquecer ninguém no banco. Já chega de fintas e fazer de parvo um país inteiro. Vai lá, Marcelo. Vai lá no Domingo.

 

publicado às 17:14

O Islão não é uma religião de paz

por Samuel de Paiva Pires, em 23.03.16

A repetição ad nauseam de que o "Islão é uma religião de paz" não torna esta patetice numa verdade. Na realidade, nem o Islão nem o Cristianismo são pacifistas, pois estão no seu cerne as ideias de conversão, submissão e aniquilação do Outro, o que implica e implicou sempre violência, quer psicológica, quer física. Claro que para o Cristianismo o tempo das Cruzadas já lá vai e o confronto entre catolicismo e protestantismo já não tem os contornos de outrora, além de que as seitas fundamentalistas são residuais, mas para o Islão a violência continua a ser um instrumento primordial. Independentemente da crença em Deus, a religião está sujeita aos desejos e ímpetos humanos e historicamente talvez apenas o número de mortes causadas pelos totalitarismos do século XX supere o número de mortes em nome da religião.

publicado às 14:21

Não discutimos a pátria (nem o futebol)

por Nuno Resende, em 19.05.15

«Não se discute Deus e a sua virtude; não se discute a Pátria e a Nação» - disse António de Oliveira Salazar. Talvez não tenha acrescentado o futebol, por pudor. Acrescentemo-lo agora a propósito das recentes comemorações benfiquistas.

O futebol é uma prática desportiva. Até aqui tudo bem. O desporto é uma característica que distingue a humanidade da sua biologia animal: hoje o Homem já não precisa de caçar para alimentar-se, nutrir-se e manter-se em forma para evitar ser caçado. Apesar disso no presente o Homem pode existir sem que isso implique mover-se.

Mas o futebol, ao contrário de muitas outras práticas desportivas, saiu, há muito tempo, fora das quatro linhas, tornando-se um espectáculo de massas, consubstanciado com o recurso a um vasto conjunto de artifícios, em grande parte motivados pelo luxo, pelos excessos e pelo desejo de poder – coisas que o comum dos mortais deseja como as pegas desejam os objectos brilhantes e que topam no seu longínquo voo.

O futebol não é, por isso, apenas, uma prática desportiva. A sua organização em equipas torna os seus fãs ou adeptos em milícias que visam enaltecer, proteger e defender (se preciso até à morte) uma pequena oligarquia de jogadores que vive acima das possibilidades do comum dos humanos. Mesmo nas equipas menos bem pagas, o clubismo transforma-se numa expressão longínqua da antiga vida em tribo. Sem necessidade de alianças para caçar e defender-se das grandes presas pré-históricas o Homem moderno usa o futebol como forma de catarse e exercícios de violência mantendo assim os níveis de epinefrina capazes de aguentarem a sua virilidade em pé.

Claramente difundido em algumas sociedades ocidentais (sub ou sobredesenvolvidas – o índice de desenvolvimento económico não é para aqui chamado como muitos argumentam) o futebol constitui, assim, a mais clara expressão de um comportamento hominídeo primitivo que articula a expressão violenta da subsistência com a sustentação de uma rivalidade inter geracional e rácica.

Toda esta conversa pseudo-sociológica e intelectual serve para resumir que há décadas que o futebol significa, mais do desporto: significa dinheiro, violência e absoluto desrespeito pela convivência entre indivíduos. Que se faça de um momento de violência um discurso pró ou contra agressores ou agredidos, nem sequer é ridículo. É escusado.

Devia, isso sim, discutir-se o futebol, o seu papel educacional e pedagógico enquanto desporto. Isso e só. Tudo o resto tem contribuído para a transformação da sociedade numa enorme massa uniforme de unanimismos. De facto não há assunto, pelo menos em Portugal, tão consensual como o futebol. Nem a democracia é tão consensual quando se trata de defender a imagem de um futebolista ou de um treinador. E isso é preocupante. Talvez assim se justifique que da Esquerda à Direita, todos os políticos, quando entrevistados introduzam o tópico do futebol como uma expressão de clubismo ou amizade saudável.

Mas o que se tem visto ao longo do último século é tudo menos saudável: além de uma excessiva participação estadual nos grandes clubes, a comunicação social aproveita-se daquele desporto em detrimento de outros assuntos, bem mais prementes do ponto de vista cívico.

Enquanto o futebol for assunto tabu dificilmente avançaremos do grau civilizacional onde estamos e que conduzem às imagens degradantes que as televisões, jornais e redes sociais têm repetido ad nauseam.

É que violência não é só a física e corporal…

publicado às 15:11

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O pai que bateu no filho que foi morto pelo cão que não era polícia. As comadres que defenderam o cão e acorreram para defender os agressores da escola. A Inquisição que ateou o fogo que arde e cem a ver. O ácido muriático que desfigura canos e faces. O transsexual do bungee jumping sem retorno na clareira da construção pouco civil. O rapaz que vestia os ténis de marca à hora errada. O vizinho do lado que não gostou que lhe mexessem nos marcos do terreno foi à caça e teve um dia em cheio, e não ficou para contar a história aos netos cujo tio afagou. O aficionado que levou a derradeira estocada de uma outra modalidade. O missil lançado no estádio nacional que se desviou da sua rota. Os meninos da casa pilha que lhes roubou a dignidade. Os sociólogos de escaparate que nos agridem com a explicação do vil, a partir da sua torre de vigia de superioridade moral, académica. Este país nunca foi de brandos costumes. Baltimore fica ao virar da esquina. São todos  iguais. Os de cá, os de lá. Os fardados, os destrajados, os que ostentam cachecóis ou usam as próprias mãos para esganar no trânsito. Este é o Portugal moderno, sonhado por revolucionários que prometeram libertar sem limites. E foram bem sucedidos. Democracia, Direitos e Deveres, Liberdades e Garantias, Constituições da República  - intocável. Agora escolha. Prefere o livre arbítrio da desordem reinante? E por quem vai chamar quando for consigo? Os defensores dos direitos dos animais? Não existem nichos. Não existem Musgueiras. Não são estratos económicos e sociais. Não são níveis académicos. É algo mais profundo que assola o país. Faz parte da matriz e de nada servem os paninhos quentes. De nada serve tomar uma posição firme. Estão todos errados.

publicado às 08:43

Sócrates no vermelho

por John Wolf, em 04.12.14

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Ainda não foi traçado o perfil psicológico do caso patológico que dá pelo nome de José Sócrates. À medida que a síndrome de prisioneiro se instalar no espírito do recluso, iremos ser contemplados com mais manifestações maníacas. A tinta vermelha da caneta BIC, que o ex- primeiro ministro usou para redigir uma nova reclamação, carrega outras angústias. Os especialistas, quando procuram estabilizar um certo padrão de comportamento de um alegado criminoso, servem-se de todos os indicadores para traçar o seu perfil. O vermelho (ou encarnado) reflecte, de um modo genérico, a tendência violenta, a predisposição para a agressão, e em consequência do desferimento do golpe, a fatalidade do sangue. José Sócrates ainda não desenhou todos os contornos do dilema do prisioneiro, mas para lá caminha. A teoria do jogo pode vir a tornar-se útil para tentarmos perceber o que nos espera. Sugiro também a leitura da obra de Konrad Lorenz - Sobre a Agressão -, embora esta última tenha a ver com comportamentos gregários. Ou seja, poderemos induzir que à medida que o recluso se sentir cada vez mais encurralado, irá, de um modo etológico, arrastar mais jogadores para o tabuleiro do desespero. Este caso está a tornar-se cada vez mais interessante. Nos meses que se seguem seremos fornecidos com muito material de estudo, bastante útil para redigir uma tése de doutoramento sobre ex-políticos com fétiches diversos - encarnados, encarcerados. Pouco importa. A cor dos factos não sofre grandes alterações.

publicado às 08:48

O culto da violência - round 2

por João Pinto Bastos, em 28.11.13

Por vezes, nós, os comentadores das politiques quotidianas, esqueçemo-nos, talvez inconscientemente, de firmar, em pratos limpos, o óbvio. E o óbvio, nas últimas semanas, é o crescendo da violência verbal na política portuguesa. Por norma, a violência verbal proclamada pelos profetas jacobineiros não tem uma correspondência visível no dia-a-dia dos portugueses. O zé povinho sabe, com antecedência, que os clamores soaristas, prenhes de ódio e ressentimento, são uma mera descarga de adrenalina de um político freneticamente habituado à propagação de dichotes e à boa vida marialva. Aliás, não faço, ao contrário de muitos, parte do clube que dá grande valor à maledicência dos decanos regimentais, por uma razão simplicíssima: é evidente que, num cenário de aumento exponencial da violência, com repercussões no sistema político, Mário Soares e os respectivos compagnons de route seriam, com grande previsibilidade, os primeiros a apanhar, perdoem-me a expressão vernacular, no lombo. A vida é mesmo assim, e Soares, ainda que inconscientemente dominado pelos ardores de quem não aceita a alternância democrática, sabe que brincar com o fogo traduz-se, quase sempre, em péssimos resultados. Dito isto, é imperioso reconhecer que os apelos formulados por algumas notabilidades treteiras demonstram, se dúvidas existissem, que o faccionalismo socialista já não é capaz de tragar a legalidade democrática vigente. É certo que a violência papagueada pelos Lourenços e Rosetas não passa de uma converseta cheia de perdigotos, em que a aparência é tomada, com alguma burrice, pela realidade. Estes senhores sabem, perfeitamente, que aquilo que propuseram é, mais do que desaconselhável, uma enormíssima asneira. Mas é, igualmente, verdade que a irresponsabilidade de que se têm revestido visa, em última instância, deslegitimar o executivo perante a opinião pública, criando, ou pelo menos, ajudando a criar, as condições favoráveis à desestabilização violenta da ordem instituída. No fundo, atendendo à história pátria dos últimos 100 anos, nada do que se tem passado constitui uma assinalável surpresa. A canalhada jacobina entende, há muito, que o domínio das instituições demanda uma hegemonia que, a não ser efectivada pelos meios legais, terá, obrigatoriamente, de recorrer à brutalidade da violência armada. As condições presentes são, claramente, distintas das que caracterizavam o Portugal de antanho, mas Soares, devido provavelmente à sua parca formação política, continua, pelos vistos, a crer que a direita não dispõe do direito a governar o país, pelo que o único caminho a tomar, em caso de teimosia das gentes da não-esquerda, é a desestabilização política, com recurso, caso seja necessário, à violência de rua. Uma coisa é certa: se o presente exercício governativo falhar, a direita, sob os auspícios deste regime, jamais será capaz de governar em verdadeira paz de espírito com os seus e com os portugueses. Para bom entendedor meia palavra basta. Com gente desta é impossível fazer seja o que for de bom e positivo pelo país. Que a direita tire as suas próprias conclusões, é o que se exige por agora. E que vá, de preferência, a tempo.

publicado às 00:50

O culto da violência - round 1

por João Pinto Bastos, em 27.11.13

É aceitável que o cidadão Pedro Passos Coelho, que por acaso é primeiro-ministro do Governo de Portugal, tenha à porta de sua casa manifestações que atentam, clara e inequivocamente, à sua mais do que legítima privacidade? Mais: é aceitável que o protesto contra as políticas do Governo passe, doravante, pela perseguição física dos titulares do poder político? 

publicado às 23:51

A porrada do Povo é a porrada de Deus

por João Quaresma, em 20.06.13

Violência, porrada, baderna, quebra-pau, eu sou contra. Tou fora dessa. Mas esse negócio de sondagem em tempo real também não é coisa mole não, viu?

publicado às 00:55

Alberto Gonçalves, Os mártires da banda larga:

 

«A propósito dos distúrbios de quarta-feira em São Bento, um dilema: que partido tomar nos confrontos entre a polícia e populares com pedras ou populares que se juntam a populares com pedras? É fácil: numa ditadura, branda que seja, deve-se defender os segundos; numa democracia, fraquinha que esteja, convém preferir a primeira. Embora não tenha nenhum fascínio pelas forças da ordem, lido pior com as forças da desordem, ou no caso os bandos de delinquentes que tentam contrariar pelo caos a escolha de milhões nas urnas. Numa sociedade apesar de tudo livre, cada indivíduo devotado à destruição de propriedade pública ou privada é uma homenagem à prepotência e, para usar um conceito recorrente por cá, um autêntico fascista. Se os fascistas que empunham calhaus (e os patetas que se lhes associam) querem impor arbitrariamente a vontade deles sobre a nossa, é natural considerarmos que uma derrota deles, ou uma bastonada na cabecinha, é uma vitória nossa.

 

É verdade, admito, que há quem hesite em chamar democrático ao regime vigente e livre à sociedade actual. Mas também não é difícil dissipar as dúvidas. Se os manifestantes detidos desaparecem sem deixar rasto e provavelmente para sempre, a coisa tende para o despotismo. Se, passadas três horas, os manifestantes reaparecem nas respectivas páginas da ditas redes sociais a exibir mazelas ligeiras e a choramingar o zelo securitário, a coisa tende obviamente para o lado bom. E cómico.

 

Aliás o Público, sem se rir, publicou uma reportagem hilariante acerca do assunto, ou da falta dele, sob o não menos hilariante título "Manifestantes abrigaram-se no Facebook para mostrar as feridas". A reportagem é uma sucessão de anedotas explícitas e implícitas, de que custa destacar uma. Talvez a distância que separa a repressão de que os agredidos se queixam do conforto do lar (com banda larga) e da liberdade de expressão de que beneficiam. Talvez a velocidade com que sujeitos fascinados pela violência passam a esconjurá-la quando esta se volta contra si. Talvez os inúmeros desabafos líricos despejados na internet e que o mencionado diário leva aparentemente a sério (um exemplo: "Não fugimos da justiça, em nome do rapaz em sangue que perguntava insistentemente 'porquê, porquê?'"). Talvez a citação do escritor Mário de Carvalho, que comparou o sucedido nos degraus do Parlamento às "ditaduras da América Latina".

 

À semelhança do rapaz em sangue, pergunto: porquê, porquê ficarmo-nos apenas pela referência às tiranias sul-americanas (já agora, quais: a cubana? A venezuelana? A utopia socialista de Jonestown? A argentina que na guerra das Falkland os comunistas apoiaram por oposição ao Reino Unido? Desconfio que será exclusivamente a chilena)? Com jeitinho, acaba-se a comparar a carga policial ao Holocausto ou ao genocídio do Ruanda, cujas vítimas só careciam de uma ligação à "rede" para sofrer tanto quanto os mártires de São Bento, caídos em combate às mãos da PSP. E levantados de imediato junto ao teclado e ao rato mais próximos. Ratos e homens, de facto.»

publicado às 18:36

Montanelli e Herculano, juntos na mesma luta

por João Pinto Bastos, em 16.11.12

As reacções que temos visto e ouvido por aí a propósito da velhacaria bandoleira que tomou de assalto a ordem pública, não serão, vistas bem as coisas, uma manifestação estreme daquilo a que Montanelli designava como o triunfo da mediocridade? Eu tento, palavra de honra que tento, discordar do jornalista italiano, mas, ao ver estas amostras só posso assentir com a tese, tão cara a Montanelli, de que a democracia é, por natureza, o triunfo da mediocridade. Isto para não chegar ao extremo de Herculano que dizia, e provavelmente com alguma razão, que o democratismo levado ao extremo é sinónimo de morte. Morte e ruína, acrescentaria eu.

publicado às 01:22

A respeito dos motins em Inglaterra (2)

por Samuel de Paiva Pires, em 11.08.11

Via O Insurgente, um excelente artigo de Gary North, de que destaco o seguinte:

 

Understand what has happened in 2011 in Great Britain. This is not social revolution. There is no list of grievances. There are no spokesmen. This is well-organized banditry. This is the most dangerous of all mobs: one without a leader to negotiate with or arrest.

 

Why the riots? The Left's party line never changes: not enough jobs, not enough state welfare. You can read it here. The article says the riots may be coming to the United States. I thoroughly agree.

 

I have a different analysis regarding the causes. First, there is state-funded education, k-12 (or dropping out). Second, there are minimum wage laws, which hit black teenage males most of all. Third, there is a complete breakdown of families, subsidized by state welfare. Fourth, there is envy. Fifth, there is jealousy. Sixth, the cost of organizing violence is falling steadily. The fun and excitement of violence are tempting to young men with no roots and no fathers at home. When you have a falling price for a forbidden fruit, you get riots. Combine it with racial hatred and a life of envy, and you get riots.

 

The jealous steal. The envious burn. They're already in a city near you.

 

There will be an incident. There always is.

 

There may be a riot. If there is, governments will react. Freedoms will be removed. Voters will cheer.

 

Violence feeds on itself.

publicado às 00:13

A respeito dos motins em Inglaterra

por Samuel de Paiva Pires, em 10.08.11

 (Fotografia do Telegraph)

 

É curioso assistir ao debate ideológico quanto aos distúrbios em Londres. A maior parte dos analistas não vai além da superfície nem se apercebe que o seu quadro explicativo está pelo menos ultrapassado, se não mesmo errado, distorcendo a realidade para que esta se possa encaixar nas suas lentes redutoras e interpretações guiadas por motivos de carácter pessoal e agendas políticas pouco escondidas, para que se possam justificar as teorias baseadas no mito do bom selvagem e na falácia do nascido livre.

 

Ler John Gray (“Gray’s Anatomy”, que referi, por exemplo, aqui) e Roger Scruton (“As Vantagens do Pessimismo”) ajuda a perceber o que se está a passar, especialmente este último, que no capítulo intitulado precisamente “A falácia do nascido livre” evidencia a degenerescência do sistema educacional britânico, fruto da sujeição às progressistas teorias do eduquês, onde o professor não é professor, não lhe competindo transmitir conhecimento e muito menos valores éticos, mas simplesmente ser amigo e compreensivo para com as expressões individuais dos alunos, como se estes não tivessem que ser enquadrados pela sociedade, devendo ser esta a curvar-se perante os seus caprichos.

 

Obviamente que, juntando a isto a guetização social promovida pela social-democracia, esta é a receita perfeita para criar indivíduos que vivem mentalmente à margem da sociedade, não acolhendo os valores desta e desrespeitando-a sem qualquer pudor. Não deixa de ser paradoxal, como Scruton assinala, que os valores liberais fossem responsáveis por um sistema de educação que promovia verdadeiramente a tão propalada igualdade de oportunidades – ele próprio exemplo disso, sendo de origens humildes, tendo frequentado um liceu público e conseguido entrar na Universidade de Cambridge –, ao passo que as modernas teorias progressistas, quando acolhidas no sistema educacional britânico, foram a pedra de toque para a degenerescência deste, que fica bem patente naquele que é o melhor texto que li até ao momento sobre o assunto.

 

Entre a violência inerente ao Homem em que os pessimistas antropológicos crêem, o hobbesiano estado de natureza onde a violência e o desrespeito pela propriedade privada e alheia são a regra, e a teorização de Le Bon e Freud sobre as multidões, talvez a explicação para o que se passa em Londres seja mais simples do que crêem as esquerdistas teorias sociológicas de literatura de justificação, que nem chegam a ser de explicação mas apenas de desculpabilização – as mesmas que são responsáveis pela já referida degenerescência do sistema educacional, pelo relativismo moral, fragmentação ética e desrespeito pela autoridade.

 

Recordo as aulas do meu primeiro ano de licenciatura, quando aprendi que Le Bon e Freud explicaram que nas multidões acontece uma perda de discernimento e da vontade própria individual, dissolvendo-se os indivíduos numa massa, acabando estes por regredir até um estado mental primitivo onde predomina o inconsciente, que permite aceitar sem entraves as ideias que passam dos líderes para a massa. Freud explica este processo pela regressão da libido, em que cada indivíduo acaba por estar relacionado com os outros através de laços libidinais. A massa adquire desta forma um sentimento de invencibilidade, precisamente pela regressão mental que ocorre, sendo extremamente sugestionável, pelo que tão facilmente pode ser heróica quanto criminosa.

 

As teorias esquerdistas que pretendem explicar fenómenos como os de Londres centram-se em generalizações assentes no descontentamento social gerado pela exploração do indivíduo pela sociedade capitalista, como se cada indivíduo pudesse ser reduzido a um perfil assente em meia dúzia de traços de carácter e introduzido num grupo composto por outros indivíduos com experiências pessoais idênticas, perfis similares e, derivado disto, propósitos comuns e bem definidos, ou seja, uma ordem de organização. Mas aquilo a que assistimos é a uma ordem espontânea de violência e pilhagem, onde há perfis individuais muito diversos e onde não há uma causa, um propósito comum bem definido para o qual todos os elementos da ordem trabalham, mas apenas um objectivo abstracto que pode nem se encontrar articulado e explícito na mente de muitos dos indivíduos que compõem a massa: desafiar a autoridade do Estado. O que se observa são indivíduos que se consideram na liberdade de fazer tudo (a falácia do nascido livre), destruindo e pilhando propriedade alheia, acabando esta ordem espontânea por reconciliar os propósitos isolados de cada um deles. Uns roubam produtos electrónicos, outros roubam cosméticos, outros obrigam quem se lhes atravesse no caminho a despir-se e roubam as roupas. Outros há que preferem descarregar a sua fúria nos agentes policiais, nos carros que encontram e nas montras, partindo tudo. No meio disto, a desculpa de que a violência foi gerada pela morte de um criminoso às mãos da polícia, apresenta-se como muito fraca e mesmo inválida se pensarmos que Londres é uma cidade com um elevado grau de criminalidade, onde diariamente ocorrem homicídios.

 

Por outro lado, muitos, em especial à direita, preferem apontar o multiculturalismo como estando na origem deste fenómeno, proclamando o seu fim. Na minha modesta opinião, parece-me precisamente o contrário e que, aliás, estamos perante um triunfo do multiculturalismo. É curioso que observemos jovens brancos e pretos juntos nestes distúrbios a destruírem indiferenciadamente as montras que lhes aparecem pela frente, de onde não escapam, por exemplo, as lojas de indianos. Por outro lado, vemos também indivíduos das mais diversas etnias juntos em operações de limpeza da cidade. Julgo, por isso, que o multiculturalismo não é tido nem achado neste fenómeno, a não ser para evidenciar o seu triunfo. Neste caso, o multiculturalismo não explica as clivagens e a violência, que também apenas em parte podem ser explicadas em virtude das condições sociais e falta de perspectivas de emprego. Se é certo que alguns destes jovens terão razões para tal, também é certo que adolescentes de 13 ou 14 anos não têm qualquer consciência sobre isto, assim como muitos dos participantes que já foram detidos são estudantes universitários ou até já têm emprego.

 

Resumindo e finalizando, talvez as teorias explicativas clássicas, à esquerda à direita, com as suas generalizações não aplicáveis neste caso, estejam desactualizadas e não nos permitam explicar e compreender de forma significativa o fenómeno dos tumultos em Inglaterra. Trata-se apenas de uma amálgama de jovens que se sentem invencíveis e cheios de adrenalina ao desafiar a autoridade do Estado e violar e pilhar a propriedade privada e pública, o que é um sub-produto do relativismo moral que se apoderou do sistema educacional, da demissão dos pais do processo de inculcamento dos valores da sociedade nos filhos e da guetização. David Cameron tem uma excelente oportunidade para mostrar do que é feito e enviar uma forte mensagem a todo o Ocidente. Aguardemos para ver as cenas dos próximos capítulos. 

publicado às 00:15

Portugal endoideceu

por Pedro Quartin Graça, em 22.02.11

Não há outras palavras para caracterizar a crescente violência, nomeadamente aquela que envolve conflitos familiares. Nas imagens o homicídio de Mamarrosa, em Oliveira do Bairro.

Adverte-se que as imagens divulgadas são chocantes

publicado às 19:00

Mas que MERDA é esta?

por Paulo Soska Oliveira, em 26.08.08

Desculpem-me os nossos leitores mais sensíveis, mas apenas consigo mostrar a minha mais TOTAL estupefacção perante o cenário de faroeste que a Comunicação Social nos apresenta.

 

Sentimento agravado quando se vive fora do 'burgo'.

 

Com notícias de que em Loulé, os agressores de 2 GNR ficam e liberdade a aguardar julgamento, pessoal baleado por tudo e por nada, bombas de gasolina assaltadas dia sim-dia sim, carjackings...

 

Mas afinal onde estamos?

 

Porque razão não pode a polícia ser reforaçada em meios?

E qual a razão da culpabilização da polícia? Porque carga de água é que um assaltante violento sai em liberdade e um polícia que limpa o sebo a esta gente asquerosa é olhado pela sociedade como um vilão, sendo sujeito a procedimento disciplinar? Mas que POUCA VERGONHA é esta?

 

E o governo Xuxa tem o desplante de dizer 'tudo vai calmo no burgo'?

Meus senhores... saiam de casa sem a polícia à porta que logo verão a 'segurança'.

 

Estou quase a defender a inclusão da Segunda Emenda na Constituição Portuguesa...

 

Revolta. PQP!

 

 

publicado às 10:25

Armas em boas mãos (2)

por Samuel de Paiva Pires, em 24.08.08

Nuno, permite-me discordar de ti, algum dia tinha que ser ehehe :p)

 

No seguimento das afirmações infelizes do Director Nacional Adjunto da Polícia  Judiciária, Pedro do Carmo, e passo a citar, O sentimento de insegurança dos cidadãos é algo que é recorrente. Não está ao alcance das autoridades policiais eliminar completamente esse sentimento de insegurança. Todos nós temos que aprender a viver com um sentimento relativo de insegurança. Tal como temos medo de ter doenças, tal como temos medo que algo nos aconteça, naturalmente, a perspectiva de se ser vítima de um crime não pode ser desvalorizada, parece-me que breves considerações devem ser tecidas.

 

Cai muito mal proferir publicamente que temos que aprender a viver com um sentimento relativo de insegurança, não porque não seja verdade, até porque o simples facto de vivermos pressupõe pelo menos um risco ao qual estamos sujeitos permanentemente, o da morte, mas porque incita precisamente os cidadãos a protegerem-se com mais afinco perante um panorama de escalada de violência traduzida em numerosos e cada vez mais violentos assaltos e homicídios.E por mais afinco entenda-se precisamente o recurso a armas, instrumento que abunda em Portugal.

 

Das lições de Ciência Política, que não foram assim há tanto tempo quanto isso, recordo-me que umas das funções do Estado, dependendo dos autores e pontos de vista, como em tudo em ciências sociais, é precisamente providenciar aos cidadãos uma efectiva garantia de segurança e acrescento ainda o sentimento  naturalmente decorrente dessa. Caso contrário,numa situação extrema corre o risco de se tornar um estado falhado (Somália, Iraque, Afeganistão - mesmo que alguns não o sejam de acordo com a literatura e critérios ortodoxos, quanto ao critério acima referido vamos aqui tomá-los como tal), ou então pelo menos torna-se um país extremamente violento (Brasil por exemplo).

 

Quanto ao nosso país, o tal dos tantas vezes evocados e outras tantas ou mais não praticados "brandos costumes", obtém nos rankings internacionais sempre grande destaque como um dos países mais pacíficos e seguros do mundo. É algo efectivamente traduzido na realidade quotidiana do nosso país e a que a maioria dos portugueses já está habituada, independentemente do sempre evidente risco decorrente apenas da nossa mera frágil existência.

 

Ora se as autoridades competentes mal conseguem lidar com o panorama a que temos vindo a assistir, até porque muitas vezes são extremamente criticados,  (veja-se o caso dos reféns no BES que terminou com a morte de um dos assaltantes, acção policial muito criticada, inclusive pela irmã do indivíduo em causa que ainda teve o desplante de ao telefone do Brasil dizer que não consegue entender a acção da polícia, quando no Brasil a polícia se pauta precisamente pelo velho ditado de "disparar primeiro e perguntar depois" e é aquilo que todos sabemos, como se pode aferir por exemplo através do tão balado filme "Tropa de Elite"), e perante as afirmações acima referidas, é apenas natural que cada cidadão tome medidas para providenciar a sua própria segurança, nomeadamente através do recurso a armas.

 

Quanto ao desarmamento da população parece-me que tal acabaria provavelmente por ter um efeito contraproducente, incitando ainda mais a criminalidade, pois tráfico de armas haverá sempre, os criminosos terão sempre maneiras de as conseguir para com essas atentar contra a segurança do cidadão comum. Claro que eu gostaria muito, como me parece que todos gostariam, que tal fosse possível, mas não sendo, temos que lidar com estes fenómenos da melhor maneira possível, independentemente dos danos colaterais daí provenientes como as rixas entre familiares ou vizinhos que por vezes terminam em tragédia. E claro que também haverá sempre a possibilidade de desacatos de tal ordem que levariam a conflitos armados, num extremo a um levantamento ou guerra civil. Mas é precisamente às forças de segurança que compete evitar e/ou minorar tais eventuais ocorrências.

 

E como tal será apenas normal que se comece a assistir a represálias contra os criminosos que se aventurem por propriedade alheia, o que acabará por incutir algum receio nos eventuais perpretadores de actos violentos, levando naturalmente à diminuição da criminalidade. Lembro-me por exemplo da violência contra os taxistas que aqui há uns anos foi muito noticiada. Alguém se recorda de alguma medida tomada por vários taxistas para evitar/minorar eventuais assaltos ou actos violentos contra a sua pessoa? Pois, isso mesmo, muitos arranjaram armas.

 

post scriptum - Escrevo isto depois de ter passado a noite a escassos 2 km do local onde ontem assaltaram um casal de idosos no concelho de Ferreira do Zêzere, pondo ainda fim à vida da senhora. Devo dizer que me sentiria muito mais seguro com uma caçadeira ou um revólver ao lado da cama se morasse habitualmente num local isolado.

publicado às 01:59

Armas em boas mãos

por Nuno Castelo-Branco, em 23.08.08

 Com um trejeito bocal entre o crispado e o meio sorriso besta, uma locutora do telejornal informou-nos acerca da existência de 1.500.000 armas legais, na posse de populares! E pensar que me parecia colossal a quantia de 400.000   que constavam andar "por aí"... 

 Desconfiado, até me parece que existe agora mais um lobby, o dos armeiros que querem transformar Portugal numa espécie de pocilga armada até aos dentes. Ao lado dos cimentos e das gasolinas, aí vem a turma da pólvora. Que idiotia.*

 

* Desarmem quem não pertença a forças de segurança ou às forças armadas.

publicado às 23:52

Situações reais, infelizmente

por Pedro Fontela, em 02.07.08

 

Local: Entre as estações de metro do Saldanha e Cidade Universitária
Tempo: hoje, por volta das 20:00
 
Grupo de 3 rapazes armam barulho a viagem toda sem que ninguém diga nada, há um lugar livre e uma senhora dos seus 70 anos senta-se lá. Vendo uma das criaturas com os pés num assento chama-lhe a atenção (de forma neutra) que não deveria colocar os pés. É achincalhada e gozada de tal forma que acaba por mandar o tal marmanjo calar-se. É agredida pela personagem e a segurança do metro (uma senhora dos seus quarenta anos de 1,60m, com ar de que queria estar em todos os sítios menos naquele) eventualmente (e algum esforço foi necessário para convencer o pessoal do metro a agir…) lá retira os 3 da carruagem e convence a senhora agredida a continuar viagem sem apresentar queixa na polícia.
 
Perguntas que surgem:
1-      Em que mundo vivem estes animais (e sim pessoas de menos de 20 anos que agridem um idoso de mais de 60 porque lhe chamou a atenção para uma falha sua são animais e não pessoas normais) que isto é considerado uma resposta social aceitável?
2-      Em que mundo vive 90% das pessoas presentes na carruagem que não se insurgiram em nada contra a situação e só ficaram chateados por o metro se atrasar um pouco para tirar estes criminosos da carruagem?
3-      A empresa do Metro de Lisboa não deveria ter sido a primeira a proteger decentemente a vítima e encorajá-la a apresentar queixa em ver de tentar proteger as suas preciosas estatísticas de crimes dentro dos transportes públicos?
4-      Que raio de ideia é essa de meter uma senhora de meia idade desarmada como segurança contra 3 trogloditas?
 
 Nota final: Um pedido a todos os utilizadores de transportes públicos de áreas urbanas, se presenciaram qualquer tipo episódio violento que não foi bem resolvido pelas entidades responsáveis por favor, pelo bem de todos os que usam os transportes, comuniquem isso a todas as entidades envolvidas, que deveriam ter estado envolvidas mas não estiveram e qualquer entidade que consigam lembrar-se de protecção ao cidadão. Se não nos protegermos uns aos outros ninguém o fará!

publicado às 22:43






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