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Vai vir charters de liberais

por Samuel de Paiva Pires, em 06.06.11

Luís Amado, provavelmente o único Ministro do Governo de José Sócrates que é tido em apreço pelas três forças partidárias do arco governamental, que tantas vezes afirmou o fim do neo-liberalismo (assisti a duas em conferências), veio hoje dizer que a "economia portuguesa deve ser submetida a um choque liberal". Posição ingrata esta, a de MNE, em que se viu provavelmente forçado a embalar na onda que tomou forma após a queda do Lehman Brothers, para agora reconhecer aquilo que muitos, entre os quais esses temíveis seres que se intitulam de liberais, já sabem desde há bastante tempo a esta parte. Não deixa, contudo, de ser interessante notar o timing, num rasgo de "vira-casaquismo" que deixa para trás muitos dos que se preparam para o mesmo. Pela falta de consistência e coerência de grande parte dos actores políticos da nossa praça, tem toda a razão o Henrique Raposo: "Liberais-conservadores vão começar a sair debaixo das pedras, numa espécie de milagre de multiplicação ideológica. Vai vir charters de liberais".

 

E quando é que Francisco Assis vira a casaca e cai na real? Uma pessoa com a formação intelectual de Assis sabe bem (ou deveria saber) que uns 99% do que andou por aí a dizer não passava de patranhas para manter o querido líder no poder, em nome de um pseudo-maquiavelismo há muito prejudicial do tão propalado "interesse nacional". Estamos à espera, take your time. Amado vai na frente mas a prova ainda agora começou.

publicado às 21:01

A onda do revisionismo

por Pedro Fontela, em 30.07.08

Desde os anos 80 onde os conservadores ocidentais conseguiram as suas primeiras vitórias políticas significativas depois da geração de 60 tem havido uma onda revisionista no que toca a analisar a história dos diferentes movimentos revolucionários e progressistas que tem tentado dar um certo spin aos eventos mundiais – a revolução francesa passou a ser inteiramente negativa (ou de mérito marginal), a inglesa passou a ter um mero carácter económico, os regimes ditatoriais Ibéricos passaram a ser positivos, etc.

 

 
Isto reflecte essencialmente uma óbvia reacção contra as mudanças radicais pós-segunda guerra mundial. Acusando, por exemplo, o estado social de ser uma abominação esquecendo-se que foi para compensar o comum dos mortais pelo trauma e sofrimento de travar as guerras dinásticas das muy conservadoras linhas reais e imperiais europeias que se resolveu subornar as “underclasses” com a figura da protecção social na maior parte dos países europeus. A linha foi retomada pelos americanos aquando do fim da União Soviética sendo o fim da política anunciado e depois revogado pela mesma corrente política 10 anos depois quando o inevitável aconteceu e o mundo não passou a ser uma mega empresa simplesmente a ser gerida.
 
Neste momento parecemos estar na fase crítica de lavar os nomes mais problemáticos do século passado. Se era um tirano conservador venha daí um bom artigo numa qualquer publicação pseudo liberal defendendo as suas virtudes e o seu empenho no mundo livre – o contra argumento previsível a este ponto é que os comunistas deste mundo (os que não se converteram ao mercado como a maioria dos estimáveis representantes conservadores) glorificam tiranos como Estaline sendo que os ídolos conservadores fizeram muito menos estrago; a isto eu só tenho a dizer que se querem ficar nesse nível então óptimo vão “brincar” com os comunistas e deixem as pessoas sérias em paz.
 
Para quem quer ser um cidadão responsável urge fazer um estudo sério e individual da história do país e do mundo para não ser enrolado nestas euforias artificiais promovidas por grupos de interesses muito peculiares que lançaram estas campanhas de propaganda incansáveis. A não termos um certo cuidado qualquer dia vamos acordar ao som de um discurso de tv de um qualquer badameco autoritário com bandeirinhas de Salazar e Caetano  ao seu lado a expor as virtudes da religião e da pátria e a justiça da superioridade das elites económicas – um verdadeiro ancien regime restaurado com uns pozinhos de economicismo.

 

publicado às 11:38






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