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Como é que pode haver um dia consagrado à reflexão se não há reflexão nos outros 364 dias do ano? O conceito, cuja origem desconheço, inscreve-se na escola do Iluminismo repentino. Assemelha-se a um corredor da sorte que protege os audazes da sua falência interpretativa. Os governos, ao longo dos seus mandatos, e mesmo antes de estes começarem, procuram anestesiar o povo, marinar manifestações contrárias aos seus intentos. Depois concedem o beneplácito do juízo superior ao nubente requisitado para validar o pressuposto democrático. O zézinho que vota, passa de besta a doutor num ápice. Se fossem íntegros na missão intelectual respeitante à reflexão, promoveriam a ideia de um ministério da filosofia e diversos secretários do pensamento. O boletim de voto - essa bula do saber político -, deveria ter anexado a lista de referências bibliográficas, algumas notas de rodapé e a fonte das citações inscritas nos discursos de campanha. Esta estória franciscana da reflexão sugere pão e água, abstinência sexual e artrite reumática. Se o dia fosse deveras sagrado, já deveria ter sido proposto como feriado - uma espécie de tolerância para matutar, porque, sendo uns sujeitos mais lentos do que outros, esta falsa fila prioritária para "pensar bem" reforça precisamente o oposto; a noção de que o povo é idiota e não existe antídoto para a sua estupidez. Tanto faz que abra a matraca ou não. Pouco importa que o jejum de campanha seja imposto. No silêncio do acto, pouco ou nada acontece. Dia de reflexão uma ova.
A verdade nua e crua é esta ; não interessa fazer nada contra o terrorismo. E não interessa porque os políticos vivem de votos e tomar uma posição contra o terrorismo, poderia ser considerado , fascista, nacionalista , xenófobo, ou ainda mais perigoso, anti refugiados e isso faria perder votos.
Na verdade o não fazer nada é igual ao nada fazer. Não gera responsabilidades e podem sempre assobiar para o lado.
Vai-se ainda mais longe, como é o caso da autarquia de Lisboa, onde o dinheiro do contribuinte é usado para fazer uma mesquita no centro da cidade.
O problema não pode ser branqueado , os autores destes crimes são todos islamitas. Podem ter nascido em Paris ou Bradford mas não são europeus, nem entendem o que significa viver num estado de direito.
Por mim julgo que chegou a hora de começar a identificar e expulsar deste espaço de liberdade que é a Europa, quem o não entende como tal.
Em dia de Eleições Europeias, e da mais que provável vitória da abstenção, a questão que devemos colocar é esta: como se planta no espírito do indivíduo a importância do acto eleitoral? Eu diria que esse processo tem início na própria concepção que precede a existência. O espermatozóide obedece a esse mesmo princípio de escolha - apenas um é eleito em detrimento de tantos milhões que aspiram à titularidade. E depois assistimos a um enorme vazio. Na idade pueril da escolha múltipla, é o adulto que substitui a criança nos processos de tomada de decisão. O filhote, descartado dos considerandos, é tratado como um atrasado mental pelos progenitores, que o acham incapaz de listar as razões que fundamentam um caminho em detrimento de outro. Ou seja, aquilo a que assistimos na plenitude da nossa maturidade política, no vazio da nossa participação cívica, resulta de uma matriz de ausência na participação. Nas escolas básicas e secundárias já nem sei como se elegem delegados de turma. Se é a passividade dos "tá-se bem" que leva a professora a nomear o caixa de óculos com ar de marrão ou se há um "macaco-alfa" que esmaga as aspirações democráticas suspensas pela anuência dos outros. Não sei como as coisas acontecem. Na idade jovem (vamos assumir a faixa estária dos 25 aos 40 anos de idade) a coisa repete-se. A malta, distraída com festivais e certames, quer lá saber. E depois queixa-se que os representantes legais que colocáram no poder não valem um chavo, e isso, de certo modo revela alguma coerência. Esses mesmos detractores nunca se quiseram envolver no que quer que fosse e agora ficáram pendurados, atolados na porcaria. Portugal denota, de um modo intenso, o espírito da demarcação. Como é que um país que não conhece a verdadeira comunidade de interesses, alicerçada nos conselhos de cidadãos, na pequena decisão, pode esperar que delegados afastados da aldeia defendam os seus interesses? Os candidatos, por seu turno, já nem apelam ao verdadeiro interesse das populações. Sabem que podem chegar aos lugares de direcção servindo-se dos aparelhos partidários e do fosso jurídico que não impõe a obrigatoriedade do voto aos cidadãos. Nessa medida, as Eleições Europeias são uma bizarria. São ambiciosas pela abrangência geográfica que comportam, mas demonstram a sua fraca legitimidade, a frustração expressa pelos poucos eleitores que se apresentam ao serviço político, passivo.
Entre muitas, muitíssimas razões, também just because.
Podem encontrar a petição aqui. E podem também juntar-se a esta causa no Facebook.
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República,
1 - Os signatários e peticionários vêm solicitar a V. Exa. a apreciação, em plenário da Assembleia da República, da presente petição «Pela inclusão da opção "Nenhum dos anteriores" nos boletins de voto de futuras eleições».
2 - Considerando os elevados níveis de abstenção, bem como os votos de protesto manifestados sob a forma de votos brancos e nulos, que têm vindo a marcar de forma inegável os mais variados actos eleitorais, é nossa convicção que se torna necessário criar uma alternativa que possa mais acertadamente reflectir a opção dos que pretendem manifestar o seu voto de protesto.
3 - Por um aperfeiçoamento contínuo da democracia portuguesa, vimos desta forma propor que se inclua nos boletins de voto de futuras eleições a opção "Nenhum dos anteriores".
Pedem e esperam o competente deferimento,
Os signatários