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Também neste caso, o que parece, é!

por Nuno Castelo-Branco, em 20.01.14

Bem sei, sou má-língua.

 

Conheço muito bem um destes apartamentos, aqui viveu um amigo de décadas, o Ico.  Podem ir imaginando o que ali está, desde magníficas portas e portadas de excelente madeira, até aos salões com estuques admiráveis, soalho de tábua corrida, etc. Uma grandiosidade de outros tempos e passível de restauro.

 

Vai tudo abaixo, ficando a fachada. Beneficiários? Adivinhem... ou será preciso fazer um desenho? A foto é explícita e não me digam que na CML não existe um certo conflito de interesses.

publicado às 14:41


3 comentários

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De Nuno a 21.01.2014 às 03:57

Concordo com o que dizes acerca da destruição urbanística da cidade (por isso o Porto neste momento já é mais bonito do que Lisboa, acredita nisso), no entanto neste caso o terem deixado a fachada em vez de mandarem tudo abaixo, já é um milagre que não deve ser menosprezado.
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De alfomartins a 27.01.2014 às 02:05


Pobre Ricardo ES.
Fundou a Fundação e Escola Museu de Artes Decorativas e doou parte da sua colecção privada ao estado.

Se fosse vivo e visse o seu nome associado a estas pelintrices até ficava verde! 
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De Pedro Rodrigues a 23.03.2014 às 02:19

Folgo em saber que existem lisboetas que se preocupam com o real património urbano que compõe a cidade do século XIX, início do XX. A Rua Rosa Araújo tem qualidades ainda únicas desse tempo, embora já tenha tido muitas intervenções que a destruíram durante o século XX. Após alguns anos de adormecimento eis que as grandes empresas imobiliárias olharam para esta rua e decidiram intervir, à espera dos magnatas que querem viver ao lado da Av. da Liberdade.Saliento a destruição completa dos edifícios da Rua Rosa Araújo nº 4, 6, 8, 10, que irá ser um hotel de luxo, e onde todo o miolo interior foi destruído por completo - cheguei a conhecer essas casas únicas, em belíssimo estado de conservação (o nº4 e 6), vi a destruição in loco das portadas, aduelas, e todos os elementos interiores (cheguei a pedir o que restava das portadas e deram-me 8....!) e que irá ter uma ampliação de 3 ou 4 pisos em vidro.... Outro belíssimo edificio da mesma rua é o nº16, esquina com a Mouzinho da Silveira de uma empresa espanhola que certamente vai também destruir todo o interior - este então, que vi em 2005, tem interiores únicos, pavimentos em madeira exótica desenhados, tectos exuberantes e uma tipologia ímpar em termos de áreas e configuração. Irá começar muito brevemente e não conheço outro edifício com estas características. Do outro lado da rua temos o edifício de esquina com a Av. Liberdade, onde estão alguns ateliers de artistas que o vão mantendo, e que está num estado de conservação muito bom - parece que o projecto licenciado pela câmara é megalómano... Por fim, a completa destruição do interior do edifício da Rua Alexandre Herculano nº 27, do Banco Privado, composto de 3 duplex do início do século XX, tipologias únicas em Lisboa que a câmara deixou que se fizesse open-space para os gestores do dito banco - 2 anos depois o banco faliu....como sabem....O tecido habitacional lisboeta desta época está sistematicamente a ser destruído com a anuência da câmara municipal e um dia, não restará memória alguma do espaço habitacional característico desta época. As pessoas gostam muito de Paris e não percebem que uma das razões é o facto de não se deixar adulterar a estrutura dos edifícios, mantendo-os de madeira e com a tipologia original, que é completamente contemporânea no nosso modo de viver o espaço interior. Não sei se os responsáveis que deixam estas que estas intervenções de demolição completa do interior e estrutura dos edifícios percebem alguma coisa da história e dos edifícios em questão...e chamam a estes processos REABILITAÇÃO... nem sabem a própria definição do termo! Enquanto a noção de desenvolvimento for esta, enquanto se pensar que o que é bom é o betão, garagem e elevador e condomínios privados dentro da cidade histórica, enquanto se destruírem as poucas tipologias de grande dimensão para fazer T0 e T1 para estrangeiros passarem 3 meses por ano na cidade, isto não vai a lado nenhum, e com o passar do tempo já quase nada restará. Isto é mais uma prova da falta de visão, sensibilidade e conhecimento que as nossas chefias têm, e o país vai estupidificando e tornando-se completamente apático a estas situações.
Vivi até há pouco tempo nesta zona, num edifício que ajudei a restaurar e verdadeiramente a reabilitar (dos poucos que se mantêm) e é dramático o que se está a passar. Gostava de saber se existe alguém na câmara municipal que possa estar disponível para ouvir estas indignações e que possa pressionar os responsáveis para criar uma estratégia de intervenção responsável, respeitosa e equilibrada para estes edifícios - se querem betão vão para outros sítios da cidade, que terrenos não faltam...
Assim vai o desenvolvimento e o progresso em Lisboa... É revoltante, dilacerante ver tanta arrogância, tanta ignorância e falta de sentido e noção da cidade... Hoje somos nós que lamentamos - amanhã serão todos os que deixaram que isto acontecesse, inclusive quem neste momento autoriza todos estes atentados.Parabéns por este blog e continuem - têm o meu total apoio. Bem hajam! Pedro Rodrigues

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