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Já repararam no seguinte? Pouco a pouco, mas garantidamente, the boys are back in town. Hosé Duran Barroso que em breve terminará os seus dias bruxelenses, e que esteve ausente todos estes anos ao serviço de grandalhões da política mundial (Bush e Merkel, entre outros), começa a ser mais ousado e a assomar a cabeça para mandar umas bocas sobre a governação nacional. Como quem não quer a coisa, dirige-se a Passos para moralizar sobre os limites das medidas de austeridade, mas essencialmente pisca o olho ao coração mole de eleitores portugueses (as presidenciais ainda não foram descartadas dos seus planos, não senhor). Mas não é o único "retornado". António Vitorino fez uma pausa para almoço na sociedade de advogados para se apresentar como mandatário da candidatura do PS às Europeias. E não são os únicos que regressam triunfantes para mais mandatos ou cargos de ocasião. Um pouco por toda a paisagem política, refundidos da governação, que nos conduziram à actual estação de descarrilamento, tornam às lides com o beneplácito dos seus pares, perseguindo os objectivos da sua agenda pessoal e contando com a passividade e memória curta dos cidadãos nacionais. A grande pergunta que deve ser colocada aos portugueses (em forma de petição ou não), é: será que querem os mesmos de sempre e mais uma vez? Em tantos anos de falsas procrastinações e engodos, Portugal parece não ter sido capaz de se reinventar, de apresentar novos actores políticos com folha limpa, sem passados questionáveis e uma ideia boa para o futuro de Portugal. Nem vale a pena mencionar António José Seguro - o homem errado na hora auspiciosa de Portugal -, ou considerar a única Esquerda que merece o respeito pela sua coerência intransigente: o eterno PCP. A cena política deste país faz lembrar aqueles velhos teatros que apresentam o mesmo elenco ano após ano, os mesmos actores que estamos fartos de ver e que não são como o vinho do Porto - não melhoram (nem arredam pé). E é esse o problema. Os anos passam e os cães que mordem a caravana são velhos conhecidos. Quase que nem merece usarmos a expressão "alternância democrática" ou "rotatividade política". O conceito académico indicado ainda não foi definido para explicar a consanguinidade política que minou este país. Estes políticos, entranhados na derme, podem até ser de cores políticas distintas, mas são todos amigalhaços nos negócios que ocorrem nos bastidores, na boca de cena onde o português pequeno não tem papel de relevo. Não sei o que nos reserva o futuro, mas o passado já o conhecemos de ginjeira.