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Trumpismo

por John Wolf, em 11.11.16

trump-931x500.jpg

 

Estou a mudar. E não sou o único. Não deixei de acreditar. Mas as minhas convicções também não se encontram em territórios perfeitamente delineados. Dentro de dias farei anos, e se me confinasse a uma matriz definida estaria arrumado, seria um velho - mais velho do que o mero ano que irei adicionar à minha existência. Durante anos a fio fomos arremessados sem dó nem piedade de um sistema de valores políticos para o seguinte, de uma promessa grandiosa para um juramento ainda maior, e sem pudor, fomos aceitando essa modalidade de fé, essa religião política. Encontramo-nos agora num cruzamento, no confronto entre os medos, as expectativas, as convenções e preconceitos que se sedimentaram no nosso espírito e toldaram as nossas consciências. Somos adeptos de uma modalidade de descrença em particular. Por força da dependência crónica do juízo dos outros reduzimo-nos a unidades de conformidade, de passividade perante uma narrativa agora corroborada por eventos que alguns designarão de surpreendentes. No entanto, não existe nada de excêntrico na eleição de Trump. Os americanos esbanjaram tanto tempo para encarar a sua própria decepção. Não souberam repartir a tarefa de um modo gradual, faseado. Atingiram a velocidade de cruzeiro de uma máquina desgovernada, contrafeita. Pactuaram com os termos de identidade e residência em Washington dos demais actores da mesma epopeia de ascensão e apenas ascensão. Agora que a encomenda chega, o espanto parece ser a expressão facial mais corrente. Mas fomos nós que produzimos o estado da Nação, e seremos nós que iremos escrever os próximos capítulos europeus. Os discursos e a letra dos mesmos darão lugar a algo distinto, com grau de parentesco ou não. Somos simultaneamente responsáveis e testemunhas de um processo irreversível. Mas somos letárgicos, lentos. Sabemos sempre tarde demais como poderia ter sido, como desejaríamos que tivesse sido. A política assente na antecipação é uma natureza morta. Estamos sempre em dívida e estamos quase sempre atrasados. E como deixamos que outros tomem a dianteira, queixamo-nos de um modo injusto. Fomos nós que nos paralisamos em convenções e ideologias consideradas estanques e vitalícias.

publicado às 18:14


5 comentários

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De Anónimo a 11.11.2016 às 19:47

Muito interessante a análise do Scott Adam. Concordo com tudo. 
Não creio que a vitória do Trump signifique que a Marine Le Pen vá vencer em França. Tudo depende do que vai acontecer no centro-direita francês e aqui espero que o candidato não seja o Sarkozy, porque aí sim existe o perigo real da FN vencer. Espero que os Republicanos franceses vejam o que aconteceu com os Democratas nos EUA e a carga negativa que a Hillary Clinton tinha por causa dos escândalos e do seu passado. O Sarkozy é o candidato a quem a Le Pen chamaria um figo... 
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De Anónimo a 12.11.2016 às 00:39

Ainda agora estava a ver o Trump na televisão e ele fica assustador com aquela maquilhagem laranja. O homem é verdadeiramente pálido, mesmo branco como a neve (só podia, sendo filho de pai alemão e mãe escocesa...), por isso tem de ser muito maquilhado senão fica "invisível" na TV, mas aquela cor da maquilhagem é horrível! Está muito carregada, e além disso, como não a podem colocar nas pálpebras, nota-se o contraste dos olhos com o resto da cara.
Perdoe o meu momento de "sopeira". ;)
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De isa a 12.11.2016 às 11:55

Peço com antecedência desculpa por aquilo que lhe vou dizer mas, já não temos muito tempo e eu, com todas as minhas imperfeições, também fiquei sem paciência para a conversa do politicamente correto e, só quero avisar que esse seu momento de "sopeira" é, precisamente, um reflexo das lavagens cerebrais e a razão de não sairmos da "caixa". Meras perdas de tempo a analisar aquilo que não interessa e que nem sequer existe, uma percepção do mundo presa aos 5 sentidos e que não passa de uma  ilusão holográfica, uma interpretação do nosso computador biológico que é, precisamente, onde somos apanhados e programados, por acreditar que essa ilusão seja real. (É aqui que nos programam os medos, as inseguranças, as dependências... o que eles quiserem) 


Por vezes tento esta terapia de choque porque comigo resultou, pois só consegui compreender a manipulação política e de como funcionam "os barretes", através da Física Quântica. 
A verdadeira Liberdade Mental só começa quando conseguimos ver que a realidade é uma ilusão manipulável e, há muito mais, mas, cada um, tem de percorrer esse caminho sozinho. Como muitos, eu apenas posso dar o mote e, lhe garanto, que até podemos chegar todos ao mesmo sítio mas, por caminhos diferentes. 
No meu caso, o meu calcanhar de Aquiles era o meu pragmatismo ("Pessoa com o hábito de ter as suas acções, actos e atitudes frente à vida, baseados na verdade absoluta") e para acreditar num Sistema viciado, esbarrava sempre nas teorias da conspiração, portanto, tive de percorrer um caminho mais longo e complicado mas, do qual, não me arrependo porque, hoje, nem sequer a morte me mete medo. Tudo no Universo é energia e, nos processos que vemos na Natureza, a energia está sempre a transformar-se de uma forma para a outra, não acaba nem desaparece, apenas se transforma.


Nikola Tesla dizia: Para compreender o Universo pense em termos de energia, frequência e vibração. 
Só temos de mudar para outra frequência, se queremos, mesmo, um Mundo diferente deste ;)


Ofereço-lhe um "aperitivo ou tira-gosto" que é livre de nem sequer provar ;)

https://www.youtube.com/watch?v=CBrsWPCp_rs

Quantum Theory - Full Documentary HD
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De isa a 12.11.2016 às 06:51

Um problema muito antigo, cuja solução seria simples, bastaria aos seres humanos, tomarem consciência que, mesmo mudando nomes, acabamos sempre por viver dentro da mesma "caixa", em permanentes círculos viciosos temporais porque, quando pensamos estar a sair de um, acabamos por entrar noutro ainda pior.


No entanto, nota-se que muitos estão a acordar para essa realidade, a razão de estarem a acelerar todos processos, para melhor nos subjugar e controlar, a nível global. 
O retrocesso na liberdade de expressão com a conversa do politicamente correto, quererem misturar culturas que provocarão um retrocesso civilizacional, as mentiras dos media, nada é por acaso e tudo passa a fazer sentido se percebermos que serve, apenas, para nos tentar manter dentro da "caixa".


Quanto ao "arremessados sem dó nem piedade de um sistema de valores políticos para o seguinte", só consegue ver isso quem entrou na fase de mudança porque, para quem continue a "dormir", pensará que a solução para o problema, estará nas próximas eleições, quando sabemos que o nosso voto, aqui na Europa, já nem serve para nada. As ordens vêm de fora, os governos apenas gerem os detalhes e tentam acalmar as birras dos que berrem mais alto e, quanto aos deputados europeus que não podem Propor ou Vetar leis, servem para quê? 
Enfeitar e enganar o cidadão comum, para pensar que ainda escolhe alguma coisa. É a mesma coisa que dizer a um prisioneiro que tem liberdade de escolha... sobre a cor das paredes da cela lol
Parecemos ratos, giramos e giramos na roda, sem nunca sairmos da gaiola, felizmente, não é o único que está a mudar mas, é um longo processo individual e, pela minha experiência, é quase como ter que passar pelas 5 fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão) até chegar à aceitação de que vivemos, mesmo, na gaiola, só depois, as nossas convicções começam a entrar em territórios perfeitamente delineados ;)


Se Trump for outro engodo e fizer parte do Sistema ou acabar por ser o 3º presidente dos EUA assassinado por não fazer parte desse Sistema, uma coisa é certa, já não nos resta muito tempo porque a ideia é reforçar "a caixa" a nível global e,  com a ajuda das novas tecnologias, não vai haver para onde fugir como no tempo das velhas ditaduras, onde, no nosso caso, muitos portugueses puderam "dar o salto". No caso americano, onde de Estado para Estado as leis diferem e ainda há liberdade de escolha na maneira como se quer viver, coisa que o Governo Federal tem interferido, tentando passar por cima da Constituição Americana e, para quê? Para melhor controlar e poderem fazer o mesmo que na Europa (reforçar as paredes da caixa). 


Em vez de mais palavras e, como começa a haver muitos, "a mudar", até fica difícil a escolha mas deixo dois vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=nwXNCyUPSQg
The Government is a PARASITE on society (FULL)

https://www.youtube.com/watch?v=UJq7Teq6_Wg
Breaking the Cycle of Human Complacency and Servitude (FULL)
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De Nuno Castelo-Branco a 12.11.2016 às 09:21

Curioso é verificarmos as mesmas cenas que já presenciámos aquando do Brexit. Gente que esbraceja, espuma de raiva no canto da boca, a histeria colectiva de uns centos entre 300 milhões. Enfim, sendo o país que é, bem podem ser criativas e recorrer ao artifício de enviarem uma carrada de mensagens aos subscritores da campanha de Hilária, solicitando o derrame de fundos da gorda cornucópia com que a serviram. Depois de palmarem a Goldman "Sex", vão às embaixadas da Arábia, do Qatar, Kuwait, Bahrein, Iraque ou Marrocos e indiquem-lhes a imperiosa necessidade de subornarem os grandes eleitores, no sentido d euma reviravolta no "grande voto". 
Desta vez talvez consigam qualquer coisa que lhes agrade. A  Wall Street contribuirá em peso. 
Afinal de contas o Sanders não a apoiou depois de ser comprado pelo preço de uns tantos dólares e um carrito novo? É o que as más línguas garantem. 

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