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Última hora! Hillary já é presidente!

por John Wolf, em 07.11.16

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Querem saber o resultado das eleições presidenciais? A resposta certa é: follow the money. Embora os mercados sejam apreciadores de estabilidade, anseiam por volatilidade. Mas essa dictomia, como tantas outras, encerra em si contradições. Os especuladores vivem à custa das rupturas sistémicas, mas a espinha dorsal de uma economia depende de previsibilidade, de racionalidade. Os ciclos tecnológicos não acompanham os mandatos políticos, ou o seu inverso. Nem Donald Trump é o revolucionário que afirma ser, nem Hillary Clinton será a simples continuadora como muitos a pintam. O problema que enfrentamos prende-se com o seguinte - a virtude já não se encontra no meio. As nossas sociedades vivem, mais uma vez, a era de extremos. E os mecanismos de controlo institucional do sistema político americano funcionam para evitar descalabros radicais. A investigação e o encerramento do processo de e-mails de Clinton funciona como um lembrete, uma mnemónica. Cada movimento de um detentor de um cargo público é escrutinado. Mesmo que Trump lá chegasse estaria condicionado pelo Congresso, a Câmara dos Representantes, o Senado e um vasto corpo de instituições dedicado à prerrogativa do checks and balances. Aliás, essa realidade decorre de um simples facto processual. A Constituição dos Estados Unidos da América (EUA) não dá azo a grande elaborações e subterfúgios - é curta e grossa, simples no seu enunciado. Na Europa a tradição constitucional é diversa, quase antagónica. Tantas vezes países da orla democrática se vêm perdidos no marasmo da complexidade constitucional. Veja-se o caso de Portugal. Aquele armazém legal permite acomodar tantos direitos consagrados, mas tal facto não implica que o país tenha processos democráticos mais transparentes ou seja mais consensual nas decisões que os seus governantes tomam. O dinheiro, por sua vez, não está sujeito a constrangimentos normativos de ordem política. Os meios financeiros elegem e derrotam candidatos numa base diária. Os mercados determinam a viabilidade ou não de projectos ou devaneios. Nessa medida, e servindo-nos de meros indicadores monetários que reflectem estabilidade ou volatilidade, podemos desde já declarar o vencedor da noite eleitoral de amanhã. Hillary Clinton, sem grande sobressalto, será a próxima presidente dos EUA. Não corro grandes riscos ao produzir esta ousadia de afirmação. Os mercados já colocaram na ranhura Trump. E quem somos nós para discutir com eles? Elas.

publicado às 10:14


8 comentários

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De Fernando Melro dos Santos a 07.11.2016 às 11:06

Fuck that, John. We both know Comey, who had the FBI parsing through 30k emails for an entire year, could not possibly have had 650k of them pored over in nine days. Trump will win as surely as I am sitting here. 
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De John Wolf a 07.11.2016 às 12:02

De acordo com os mercados, mas tudo é possível, Fernando.
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De Fernando Melro dos Santos a 07.11.2016 às 12:48

Depende da fonte cuja leitura dos mercados apanhas.  Eu apanho outra. 


http://www.zerohedge.com/news/2016-11-04/market-indicator-gives-trump-86-chance-winning-election


Não é a mesma que os Tadeus e Baldaias apanham, nem certamente a mesma que o Economocio, Negociatas e Espesso usam. 


Mas é a correcta.

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