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" -Chama-o ao telefone o Sr. Prof. Reynaldo dos Santos - disse-me a empregada. - ' Que me quererá o Reynaldo? '- perguntei a mim próprio. Nunca nos tínhamos tefonado. ( ... ). Não lhe ignorava os talentos excepcionais, mas contentava-me de os admirar a distância por falta de tempo e ausência de hábito. Combinado o encontro, Reynaldo propunha-me participar com ele na direcção da revista que a Fundação Gulbenkian lhe confiara - a revista que chamaríamos << Colóquio >> e nos proporcionou uma camaradagem de onze anos. .......................,.... Surpreendente o esforço a que dedicou os últimos anos da sua vida, totalmente consagrados ao estudo e à radicação e generalização do interesse pelo nosso património artístico. Felizmente que lhe foi possível, com o auxílio da sua mulher, ocupar todas as horas em que a doença o não tolhia, a continuar até ao termo a tarefa, assumida como sagrada missão: - legar à nossa terra os três volumes monumentais - Oito Séculos de Arte Portuguesa. " ( Hernâni Cidade, director literário da Colóquio. ) Precisava inventariar os exemplares da Colóquio existentes nas prateleiras paternas, a fim de actualizar a aquisição da revista. E, como sucede frequentemente, a leitura de um excerto prende-me a atenção - paro no volume referente ao já longínquo ano de 1970, e, no número de Maio/Junho leio sobre a morte do que até aí fora o seu director artístico: o Prof. Reynaldo dos Santos. Não consigo conter um sorriso: é que ontem mesmo limpara o pó a esse ' monumento '.