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Quer-me parecer que há quem ainda não tenha compreendido bem o que está em causa na questão da co-adopção. Não é demais repetir que é algo que afecta crianças e famílias concretas, é uma realidade, por mais que certas pessoas não gostem, queiram fechar os olhos e impor o seu conceito de família aos demais. E claro que todos temos direito a ter a nossa opinião e, o mais das vezes, temos de concordar em discordar e tolerar a opinião do outro. Agora, quando vejo diversas pessoas a afirmarem que o chumbo no parlamento é uma boa notícia e um sucesso, confesso que sinto uma certa repulsa. Roça mesmo o abjecto. Só por causa das coisas, daqui a um ou dois anos, com uma maioria de esquerda no parlamento, o chumbo será transformado em aprovação e como certa direita não quis ceder neste ponto, arrisca-se a, nessa altura, ver aprovada não só a co-adopção mas também a adopção. Eu sou contra esta última, mas é o que certa direita que temos, que também não quis aceitar a união de facto entre homossexuais e acabou a capitular perante a aprovação do casamento gay, merece. Talvez um dia aprendam que a política implica harmonizar contrários e cedências, para que não seja um mero jogo de soma zero em que ora se ganha, ora se perde.